A evolução das contas do Sporting
O presidente do Sporting, Frederico Varandas, e o vice com a pasta das finanças, Francisco Salgado Zenha. MIGUEL NUNES/ASF

A evolução das contas do Sporting

NACIONAL22.02.202406:30

Os resultados semestrais desde a última época de Bruno de Carvalho; todos os números da era Frederico Varandas

Nunca a SAD do Sporting tinha apresentado um resultado tão elevado nas cotas relativa ao primeiro semestre de uma temporada. A administração leonina anunciou à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) um lucro de 58,3 milhões de euros e um volume de negócios de 178,1 milhões, também valor semestral recorde. No período homólogo de 2023, o lucro já tinha sido histórico, de 47,5 milhões, ainda assim inferior em 10,8 milhões de euros.

É o terceiro ano consecutivo com contas semestrais a subir, sempre em terreno positivo. A última temporada em que as contas apresentaram resultado negativo no final do primeiro semestre foi a de 2020/2021, período que refletiu o impacto da pandemia de Covid-19 - 6,9 milhões de euros negativos que um ano depois, no início de 2022, já tinham visto a tendência de crescimento começar, como 6,9 milhões.

Desde 2018/2019, início da era Frederico Varandas na sociedade sportinguista, as contas semestrais, com exceção ao ano da pandemia, têm sido sempre positivas - 6,5 milhões nessa primeira temporada; 2,8 milhões na seguinte. Na última época da presidência de Bruno de Carvalho, 2017/2018, as contas do primeiro semestre foram positivas em 10,1 milhões de euros.

Para os números deste primeiro semestre de 2023/2025, «muito contribuíram os resultados obtidos com a transação de jogadores e o alinhamento das iniciativas estratégicas e investimento, que estão a potenciar o crescimento das restantes linhas de receitas operacionais», justifica a administração de Varandas no comunicado enviado à CMVM.

Só com a transação de passes de jogadores, a SAD leonina faturou 122,8 milhões de euros nos primeiros seis meses do seu ano fiscal - aumento de 48,8 por cento face ao período homólogo e 69 por cento dos 178,1 milhões de euros de volume de negócios.

No entanto, sem a contabilização da transação de passes de jogadores, o resultado operacional da SAD sportinguista teve um valor negativo de €14,5 milhões, que foi potenciado, «sobretudo, pela redução muito significativa das receitas provenientes das provas UEFA», explica a SAD, devido ao facto de os leões estarem a jogar a Liga Europa e não a milionária Champions.

O capital próprio e o passivo

Os números ontem apresentados pela SAD do Sporting no comunicado enviado à CMVM mostram igualmente uma subida homóloga de 36 por cento do capital próprio para 67,2 milhões de euros no final do ano passado. E mostram também crescimento de 7,2 por cento do passivo nos últimos seis meses, para mais de 331 milhões de euros.

Esta subida é «explicada, por um lado, pelo crescimento dos fornecedores, mas por outro, pela redução dos financiamentos e de outras rubricas da posição financeira da Sporting SAD». Há a destacar neste ponto particular a reestruturação de dívida que foi realizada no final do primeiro semestre, com a Segasta, e que teve como resultado antecipação de receitas relativas aos direitos televisivos dos jogos de futebol a esta empresa, que adiantou 50 milhões de euros aos leões para que posteriormente a Sporting SAD adquirisse os cerca de 51 milhões de euros das VMOC que pertenciam ao Novobanco.

Merchandising e bilheteira

A Sporting SAD assinala ainda o aumento de 74 por cento do volume de negócios de merchandising, para 9,2 milhões de euros, e ainda um ligeiro crescimento das receitas de bilheteira, para 9,3 milhões.