Relatório FC Porto vs Famalicão dezembro 2025

Festejos do FC Porto depois do golo de Froholdt - Foto: Rogério Ferreira / Kapta+
Festejos do FC Porto depois do golo de Froholdt - Foto: Rogério Ferreira / Kapta+

Um clássico deste dragão sempre ligado à corrente (crónica)

FC Porto bateu Famalicão por 4-1 e marca encontro com o Benfica nos quartos de final da Taça de Portugal

Não aconteceu Taça porque aconteceu FC Porto no Dragão. E o que quer isso dizer ao certo? Que algumas das coisas que Francesco Farioli trouxe para esta equipa estiveram em campo diante do Famalicão. A principal, uma cultura de nunca baixar os braços, tão portuense como portista e que perante um adversário que se provou difícil, foi tão decisiva como o golo de Samu, a acabar com as dúvidas. Quando Pepê fechou o jogo nos 4-1, já toda a gente sabia que havia um clássico com o Benfica, nos quartos de final.

A noite começou por ser colorida por um William e um Haas, numa partida de velocidade furiosa, debaixo das luzes do Dragão. Com mudanças no onze, o FC Porto não muda na estratégia: pressiona alto, é provocador e essa ideia resultou no 1-0 de William Gomes. Instantes após o brasileiro ter atirado com perigo, o FC Porto chegou ao golo por causa de um erro ofensivo contrário, quando Mathias de Amorim tentava sair. Ninguém fica confortável com aquela pressão azul e branca e o deslize é mais provável do que parece…

O Famalicão também tem as suas ideias e a partir daí não só igualou o FC Porto no marcador como o suplantou. Não, não meteu o dragão encostado à baliza de Diogo Costa. Mas dentro daquilo que era a estratégia para a partida foi mais perigoso durante muito tempo do que o adversário. O golo de Haas foi praticamente o início, os remates de Gustavo Sá, Elisor e Gil Dias confirmavam para onde corria o jogo.

As transições do Famalicão provocaram algumas aflições, mas se a partida se tornaria num jogo clássico desta versão 2025/26, então ela teria de ter Victor Froholdt. O dinamarquês mantém o FC Porto sempre ligado à corrente, mesmo quando ela é contra, e depois de uma jogada de ressaltos, divididas, um remate perigoso e uma defesa salvadora de Zlobin, lá surgiu o médio com um pontapé clarividente, a lembrar ao adversário que o FC Porto não tem só fama de grande, também o é, inclusive quando está apertado.

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Aos 38 minutos, os dragões voltavam para a frente do marcador, e logo de seguida, num remate de Pepê e num livre de Gabri Veiga podiam ter deixado o povo mais sossegado para o segundo tempo. Sobretudo, nesse pontapé do espanhol que Zlobin defendeu de forma incrível, porque na origem dele esteve uma jogada inusitada: foi audível a manifestação azul e branca sobre o lance entre Pepê e Mathias de Amorim, com o Dragão a pedir penálti, o árbitro a marcar um livre e o VAR, provavelmente, sem saber para onde se virar, pois não via uma coisa nem outra...

O FC Porto iria marcar o duelo nos quartos de final com o Benfica porque Francesco Farioli foi ao banco. De lá puxou Rodrigo Mora e Samu, este para substituir um apagado Deniz Gul.

Os azuis e brancos tinham mais bola e o jogo continuou numa velocidade interessante por ambas as equipas. Ironicamente, o lance mais belo até ao 3-1 não contou: havia fora de jogo, mas a defesa de Zlobin foi tão boa que merece espaço de destaque. Depois disso, Mora cobrou um canto, Samu marcou o 3-1 e a eliminatória estava praticamente fechada, aos 80 minutos.

Pepê ainda fez o 4-1 e ainda houve alguma confusão entre elementos das duas equipas. Era preciso libertar a tensão, uns porque o jogo foi difícil apesar da vitória, outros porque jogaram melhor do que aquilo que o resultado de 4-1 espelha.