Volta a Portugal Stussi desconfiado, Casimiro fecha os olhos e arrepia-se

MAIS DESPORTO19.08.202320:36

O suíço Colin Stussi, da equipa austríaca Vorarlberg, manteve este sábado a liderança da Volta, ao terminar a 9.ª etapa, na Senhora da Graça, na sétima posição, a 1m38s de James Whelan (GlassDrive-Q8-Anicolor), e manteve a camisola amarela, mas ainda não dá a vitória na 84.ª edição da prova portuguesa por garantida: faltam os 17,4 km do ‘crono’ de domingo, em Viana do Castelo.

«Foi um novo esforço de equipa. Não seria alguém se não fossem eles a ajudar-me. Estou muito feliz. Pude fazer o plano como queria. Os 45 segundos de vantagem sobre o segundo, não vão chegar para eu vencer a Volta domingo. Nunca sabes se algo acontece, um dia mau ou um problema com a bicicleta. Há tantas variáveis, veremos» afirmou o helvético, que parece à prova de bala e tem agora Henrique Casimiro (Efapel) perseguidor direto.

«Não fiz o reconhecimento do percurso de Viana. Quando vim, ganhar uma etapa ou acabar no ‘top 10’ eram opções que compraria de imediato e antemão. E já fiz progressos: já me podem perguntar pelo corredor ‘X’, que vos digo o número dele [risos]. Em 2018, quebrei numa etapa da Senhora da Graça, mas percebi que havia muito público, foi muito com correr aqui, a subida é espetacular», confessou Colin Stussi, que vai para terceiro e último dia na frente.

Já Henrique Casimiro (Efapel), o ganhador do dia, ao ser oitavo na etapa e subir do quinto para o segundo lugar da classificação geral, o corredor de Odemira, de 37 anos, tem agora toda as legítimas aspirações.

«45 segundos parece tão pouco mas é… tanto! Consegui chegar ao segundo lugar, graças a um trabalho fenomenal da equipa [Efapel]. A frescura física vai contar muito no ‘crono’ em Viana do Castelo. É fechar os olhos… e dar o máximo! Trepar de quinto para segundo da geral dá-me mais alento: luto todos os dias por um segundo», confessou o experiente corredor, de 37 anos.

«Espero que estejam a suster a respiração em Odemira [onde reside]: estou a dar o máximo por eles. Está o Alentejo e está Portugal, sempre me apoiaram na estrada, o que agradeço. É arrepiante sentir o apoio de toda a gente: é o que me leva a querer mais. Sinto-me muito mais confiante e chego ao último dia da Volta numa frescura que não estava à espera. Stussi demonstrou ser o atleta mais forte em prova, a Vorarlberg, vieram preparados», foi a constatação daquele que é, ainda e sempre, o melhor português, e que voltou a puxar dos galões neste dia.

«Se tinha assinado caso, antes de começar a Volta, me dissessem que ia chegar ao último dia em segundo e a 45 segundos do primeiro, ou achava que era brincadeira? Brincadeira, não: todos os dias trabalho para ganhar. Mas sou realista e sei que o ‘top 10’ era possível, um ‘top 5’ seria excelente. O pódio é um sonho, mas para o qual trabalho. Segundo lugar, vindo de quinto, não sabe a pouco: consciência tranquila, demos tudo, tanto eu como a equipa, e tentámos tudo. Vamos tentar o resto», concluiu.