SC Braga: Espanha e Portugal com bons ventos e bons casamentos

De Espanha para Portugal há bons ventos e bons... casamentos. Quem dá corpo a esta tese é a sociedade constituída por Víctor Gómez e Leonardo Lelo. Os dois laterais têm feito uma parceria de sucesso e a empresa está a potenciar lucro no Minho.

O sensacional arranque de temporada do SC Braga – sete jogos, seis vitórias e um empate, com 11 golos marcados e apenas um sofrido – tem méritos distribuídos por vários jogadores, mas há dois que, especialmente pelas posições que ocupam no terreno de jogo, têm feito por merecer o destaque.

O espanhol Víctor Gómez, do lado direito da defesa, e o português Leonardo Lelo, à esquerda, têm dado uma tremenda amplitude ao ataque arsenalista, incorporando ambos o conceito de equipa ofensiva e dominadora que Carlos Vicens preconiza. Além dos momentos de posse em jogo interior, o treinador dos guerreiros do Minho também privilegia a profundidade pelos flancos, especialmente depois de ganhas as devidas vantagens, e é nesses momentos que Gómez e Lelo dinamizam (e de que maneira!) o carrossel bracarense.

O jogo de ontem, no Algarve, frente ao Lincoln, relativo à primeira mão do play-off de acesso à UEFA Europa League foi de tal forma profícuo para Víctor Gómez que permitiu mesmo que o camisola 2 apontasse o seu primeiro golo com a camisola do SC Braga. A cumprir a quarta época na Pedreira (contabilizou, nos três anos anteriores, 127 jogos e 12 assistências), o espanhol fez, finalmente, o gosto ao pé, abrindo caminho, aos 34 minutos, à goleada (4-0) imposta ao emblema de Gibraltar. Estava assinado mais um capítulo na história que o antigo internacional sub-21 por Espanha tem escrito em território nacional.

E se Gómez está de pé quente, Lelo apresenta-se de mira afinada no que concerne às assistências. Aí vão quatro em cinco encontros. O antigo internacional sub-21 português não tem sentido minimamente o peso da responsabilidade e assume-se como uma das boas contratações do SC Braga para 2025/2026. Desta feita, o beneficiado dos passes teleguiados do esquerdino foi Rodrigo Zalazar.

Com uma parceria deste calibre, os golos são... dinheiro em caixa.

No final do duelo com o Lincoln Red Imps, e em declarações prestadas à Sport TV, Rodrigo Zalazar confessou um repto que lhe tinha sido lançado por António Salvador: «O presidente disse-me que tinha de fazer 12 golos [ao longo da temporada] e vou tentar.»

Ora, constatando o que o internacional uruguaio já conseguiu esta época, a matemática é simples de fazer: faltam (apenas) dois terços. Até ao momento, o camisola 10 contabiliza quatro tentos - antes do bis diante da formação de Gibraltar também já tinha bisado frente ao Cluj, na segunda mão da 3.ª pré-eliminatória desta mesma UEFA Europa League -, pelo que está a oito de chegar à dúzia pedida pelo líder máximo da SAD bracarense.

E a verdade é que Zalazar parece estar em absoluto ponto de rebuçado. O sul-americano está na terceira temporada ao serviço dos arsenalistas, mas não se pense que os níveis exibicionais do criativo são novidade para os adeptos. Basta, afinal, olhar para os números para se ter uma ideia clara da influência que o uruguaio tem desde que chegou a Braga: 85 jogos, 20 golos e 19 assistências. Dados estatísticos de excelência e dignos de um verdadeiro 10 que por vezes também parece... um 9.

Olhando para trás (e não muito), Rodrigo Zalazar esteve com um pé fora do SC Braga, mas a transferência para a Rússia acabou por cair à última da hora. O médio-ofensivo/ala ficou na Pedreira e a massa associativa dos bracarenses agradece. Porque Zalazar é craque.