FC Porto goleado pelo Betis e tem pé e meio fora da Youth League (crónica)

A 3.ª ronda da fase de campeões da UEFA Youth League dificilmente podia ter começado pior para o FC Porto. Os dragões receberam esta quarta-feira, em Vila Nova de Gaia, o Betis, na primeira mão da eliminatória, mas acabaram goleados por 0-4. O apuramento ficou, assim, muito mais distante.

De Corralejo a Marino, passando por Morante e Antonio González, os quatro homens mais adiantados foram sinónimo de perigo de início a fim do primeiro tempo. Foi González que, com um cabeceamento perigosíssimo a passe de Corralejo, mostrou logo ao minuto 3 ao que vinham os sevilhanos, obrigando Gonçalo Ribiero a enorme intervenção.

A qualidade do Betis foi constante na primeira parte. Corralejo, que já se estreou na equipa principal, foi, no meio-campo, uma dor de cabeça de início a fim. Temporizou, construiu a partir de trás, soube soltar-se da pressão e lançar ataques no último terço sem permitir a oposição adversária. Ao quarto de hora de jogo, após o criativo lançar contra-ataque que resultou em canto, Morante bateu o canto e Marino, de cabeça, fez o 1-0.

Os dragões mostravam-se incapazes de criar perigo com regularidade. O lado direito foi, na maioria das vezes, o preferido, mas até foi do lado esquerdo que, de meia distância, Guilherme Carvalho fez o único remate enquadrado dos azuis e brancos no primeiro tempo. Por essa altura, porém, já o resultado estava em 2-0: González recebeu de Corralejo, entrou na área, tirou toda a gente do caminho e, com um remate rasteiro, fez o segundo dos sevilhanos.

O ímpeto ofensivo do Betis continuava e, com dois golos de vantagem, aliou-se a momentos de maior espera, com o contra-ataque em mente. Foi numa transição rápida que, aos 34', surgiu o terceiro dos espanhóis. Iván Corralejo — sempre ele! — colocou a bola nas costas da defesa do FC Porto na desmarcação de Antonio González. O extremo, autor do primeiro golo, não conseguiu rematar face à saída de Gonçalo Ribeiro, colocou em Marina e recebeu novamente. Sozinho na área, só teve de finalizar para fazer o 3-0.

Este era o resultado ao intervalo e adequava-se. O FC Porto mostrou-se pouco criativo e hábil no ataque e no momento defensivo foi, uma e outra vez, ultrapassado pela criatividade e velocidade do Betis, que ainda dispôs de mais um par de boas ocasiões além das que conseguiu transformar em golo. Sérgio Ferreira, treinador dos azuis e brancos, promoveu as entradas de Marco Silva, Francisco Ferreira e Gonçalo Oliveira logo no início do segundo tempo e, após o descanso, os dragões conseguiram estabilizar defensivamente e ter mais bola no meio-campo ofensivo, mesmo sem causar particular ameaça ao adversário.

O resultado, porém, ainda não estava fechado. Mesmo em cima dos 90', Rafa Oya viu o primeiro remate ser defendido por Gonçalo Ribeiro, mas, na recarga, não desperdiçou, fazendo, assim, o 4-0 final. Um golo que pode fazer toda a diferença, visto que ainda há que disputar a segunda mão, no próximo dia 10 de dezembro, em Espanha. Vitória larga, porventura até demais, do Betis, mas cuja justiça é inegável. O FC Porto terá de roçar a perfeição para seguir em frente na UEFA Youth League.

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