Aursnes vs Hjulmand: o que dizem os números antes do dérbi

Fredrik Aursnes e Morten Hjulmand ocupam posições diferentes no meio-campo de Benfica e Sporting, mas são duas das peças nucleares dos rivais eternos. O médio norueguês (28) disputou mais um jogo do que o dinamarquês (27) na Liga, mas o impacto dos dois é inegável, mesmo com mudanças no banco de suplentes. 

A troca de Roger Schmidt por Bruno Lage no comando técnico das águias em setembro devolveu Aursnes a terrenos que não pisava continuamente desde os tempos no Feyenoord. O canivete norueguês, que parecia disponível para atuar em qualquer posição menos a de guarda-redes, assentou no vértice direito do meio-campo encarnado.  

Se sem bola o médio junta-se a Pavlidis na primeira linha de pressão, com ela procura explorar espaços entrelinhas. Ao contrário das duas temporadas anteriores, raramente foi utilizado nas laterais e cumpriu praticamente uma época no miolo. As oito assistências, os mais de 30 passes e 50 cortes que regista até ao momento comprovam a influência de quem raramente passa ao lado de um jogo. 

Um ano depois de Aursnes chegar a Lisboa proveniente do Feyenoord, aterrou na capital outro médio nórdico, mas para Alvalade. A capacidade de liderança incomum de Hjulmand reflete-se no facto de ter herdado a braçadeira de capitão leonina logo na segunda época a vestir verde e branco. 

A vocalidade valeu-lhe um número astronómico de cartões amarelos (16), mas acrescentou personalidade ao conjunto de qualidades técnicas acima da média que apresenta. A jogar mais recuado que Aursnes, é pedido a Hjulmand que seja um tampão defensivamente para depois, com bola, fazer a ponte entre a primeira fase de construção leonina e o carrossel de opções ofensiva na frente.

O remate exterior de excelência, comprovado em Braga (4-2) no último jogo de Ruben Amorim, é a cereja no topo de qualidades de um dos jogadores mais completos da Liga.

Pelos terrenos que ocupam ao longo de cada partido, é esperado que Fredrik Aursnes procure pressionar Morten Hjulmand e que o dinamarquês retribue a simpatia ao tapar o espaço entrelinhas que o norueguês tanto gosta. 

Uma coisa é certa: o resultado final do dérbi passa por este duelo.