Relatório Famalicão vs Santa Clara agosto 2025
Minhotos souberam avariar o ‘chip’ dos açorianos (crónica)
Organização e eficácia, sustentaram um triunfo confortável ao Famalicão que voltou a derrotar o Santa Clara, depois de ter perdido os últimos três encontros entre ambos. Os números finais dizem tudo quanto à superioridade dos minhotos, que foi contínua ao longo dos noventa minutos.
Na antevisão, Vasco Matos alertou para a necessidade de mudar o ‘chip’ para o campeonato, depois de três jogos dos açorianos na Liga Conferência. O alerta não teve impacto na equipa, muito por mérito do Famalicão, e a sua equipa não esteve ao nível da produção habitual, quer o patenteado em 2024/25, como nos dois últimos encontros europeus.
O Famalicão soube anular os pontos fortes do Santa Clara, não deixando espaço para as transições e, com pressão, obrigando ao erro. Foi assim que surgiu o primeiro golo, quando Gabriel Silva perdeu a bola para Rodrigo Pinheiro no miolo, com o lateral-direito dos minhotos a disparar em direção à área contrária, para finalizar com um tiro rasteiro. O jovem internacional sub-21 português marcou o primeiro golo na Liga e pelo Famalicão e dedicou-o a Aranda, companheiro operado recentemente ao joelho direito.
A tímida reação dos açorianos, por Gabriel Silva solto na esquerda e num livre de Sidney Lima, saiu ao lado, assim como passou… ao lado a concentração defensiva dos seus jogadores no segundo golo, deixando Elisor solto na área para receber na sequência de um lançamento de linha lateral e dar de bandeja para Gustavo Sá, que em zona frontal não desperdiçou. Antes do descanso, Elisor teve na cabeça oportunidade para dar maior expressão ao marcador, depois de surgir nas costas da defesa adversária.
Vasco Matos tentou consertar o ‘chip’ da sua equipa trocando duas peças para a etapa complementar, Edney Silva e Frederico Venâncio por Pedro Ferreira e MT, conseguiu dar alguma corda nos primeiros minutos com a conquista de metros, mas novo erro estragou-lhe as intenções. Gil Dias tirou Matheus Pereira da frente e rematou rasteiro, com Gabriel Batista a não ser feliz na palmada que deu para afastar a bola, desviando-a para o poste, entrando depois. Ficou a sensação de que poderia ter feito mais para evitar o terceiro golo dos minhotos.
Mais peças com pendor ofensivo foram lançadas por Vasco Matos, mas a inconsequência atacante manteve-se e até foi o Famalicão a estar mais perto de aumentar a vantagem, quando Zabiri desperdiçou a melhor chance.
As notas dos jogadores do Famalicão: Carevic (6), Rodrigo Pinheiro (7), Justin de Haas (6), Léo Realpe (6), Rafa Soares (5), Van de Looi (6), Mathias de Amorim (6), Gil Dias (7), Gustavo Sá (7), Sorriso (6), Simon Elisor (6), Zabiri (5), Roméo (-), Pedro Santos (-), Mamageishvili (-)
As notas dos jogadores do Santa Clara: Gabriel Batista (4), Sidney Lima (5), Luís Rocha (5), Frederico Venâncio (5), Edney Silva (5), Serginho (5), Adriano Firmino (6), Matheus Pereira (6), Vinícius Lopes (5), Wendel Silva (5), Gabriel Silva (5), Pedro Ferreira (5), MT (5), Paulo Victor (5), Elias Manoel (5) e João Costa (-)
O que disseram os treinadores
Hugo Oliveira, treinador do Famalicão
«Jogámos de forma profissional e séria e a colocar em campo o talento dos jogadores e da equipa. Esta vitória é para o Óscar [Aranda]. Fomos extremamente competentes na forma como abordamos o jogo e fomos fiéis ao que trabalhamos nos treinos. Não me surpreendeu, já na pré-temporada tínhamos feito jogos com este nível de performance, já no final do ano passado o fizemos e mantivemos a solidez que tínhamos. Nunca se joga sozinho e jogámos contra uma equipa extremamente solida, competente e madura, que dentro da nossa Liga, quiçá, com princípios mais rigorosos e fiel às sua ideias e nós fomos muito competentes para conseguir impor o nosso jogo.»
Vasco Matos, treinador do Santa Clara
«Falhou quase tudo. Não entrámos no jogo, muito apáticos, não sei se fadiga por causa das viagens e não conseguimos entrar no jogo. Vitória justíssima do Famalicão que conseguiu tirar partido, com qualidade, do seu jogo com bola e nós não tivemos capacidade para parar o adversário. No primeiro golo, com um jogador de costas no passe, perdemos a bola. Mesmo o Famalicão muito melhor, muitas das situações de perigo foram em transições e perdas de bola nossa. Obviamente com maus posicionamentos e pouca interpretação daquilo que o jogo estava a pedir. Na 2.ª parte quando mexemos estávamos a melhor e sofremos um golo. Mas nunca fomos a equipa que costumamos ser e levantar já a cabeça, porque quinta-feira temos mais um jogo importante.»