Relatório Estrela da Amadora vs Alverca agosto 2025
Começou amarelo fosco e terminou com um colorido imenso
Que jogatana imprevista surgiu depois do primeiro golo, para o Alverca, perto do intervalo. Até então, nada fazia prever que essa monotonia se desse lugar a um entusiasmante jogo, com golos para todos os gostos – incluindo um golaço de Lopes Cabral – expulsões e uma grande penalidade falhada. E até Ricardo Baixinho, o árbitro, não acabou o jogo nessa função – trocou com Flávio Duarte, o 4.º árbitro, nos descontos - devido a uma lesão no joelho num choque com Jovane Cabral. Ninguém ganhou o empate aceita-se, mas se qualquer uma vencesse, também não ficaria mal.
O amarelo foi a cor dominante até ao golo do Alverca, que apareceu perto do intervalo. Como, se nenhuma das equipas tem essa cor no seu equipamento, pergunta o caro leitor. Teve-a o árbitro Ricardo Baixinho no seu bolso e sacou a cartolina desse tom para exibi-la três vezes: a Gastão (16’), Luan Patrick (21’) e Naves (23’). Números normais, dirá, contundo superiores às oportunidades que as duas equipas criaram até esse momento e ilustra a ausência de emoção, em que o medo de errar se sobrepôs à vontade de atacar.
E, face à calmaria com que o jogo se arrastava, nada fazia prever que iria voltar ao contrário, com golos e agitação, como os adeptos do futebol gostam. Tudo começou num passe de Chiquinho para James, que cruzou para Nuozzi finalizar de primeira com um remate em suspensão, com o Alverca a aproveitar a primeira verdadeira ocasião de perigo do jogo.
Para os ribatejanos foi cada tiro, cada melro! Na segunda vez que houve espaço para ferir, não perdoaram. Numa transição rápida, Chiquinho teve espaço para correr em direção ao alvo, aguentou a pressão de Lopes Cabral e serviu Marezi na área para fazer o segundo do Alverca.
O frenesi também atingiu a baliza do Alverca. Entre os dois golos dos ribatejanos, Paulo Moreira foi incapaz de desviar junto ao poste um toque de Chernev após canto e o primeiro golo a aparecer aos 90+7’, num toque de calcanhar de Fábio Ronaldo.
O vermelho tingiu o Estrela no início da etapa complementar, com a expulsão de Paulo Moreira, por entrada grosseira de sola sobre Tomás Mendes. A desvantagem numérica não se fez sentir e o Estrela foi mais perigoso até chegar ao empate. André Gomes (55’) foi enorme a fazer a mancha diante do isolado Kikas e o avançado desperdiçou uma grande penalidade três minutos depois, acertando na barra.
O melhor golo estava guardado para Lopes Cabral. Livre na esquerda que levou à expulsão de Naves e deixar também o Alverca reduzido a 10, e bola colocada no ângulo superior contrário. Um golaço!
As notas dos jogadores do Estrela da Amadora (3x5x2): Renan Ribeiro (6), Schappo (6), Luan Patrick (6), Chernev (6), Lopes Cabral (7), Paulo Moreira (5), Marcus (6), Jovane Cabral (6), Fábio Ronaldo (6), Gastão (5), Stoica (5), Godoy (5), Kikas (5), Ryan (5), Robinho (6) e Rodrigo Pinho (-)
As notas dos jogadores do Alverca (3x4x3): André Gomes (7), Naves (5), Sergi (6), Meupiyou (5), Nabil (6), Alex Amorim (6), Tomás Mendes (5), Isaac James (6), Nuozzi (65), Marezi (6), Chiquinho (6), Martinez (5), Tiago Leite (-), Davy (-), Chissumba (-) e Diarra (-)
O que disse José Faria, treinador do Estrela da Amadora
«Queríamos ganhar. Depois de todas as incidências, acabámos por fazer um bom jogo, mas, obviamente, com alguns erros. Mas fizemos mais do que suficiente para levar outro resultado. Não foi pela capacidade dos jogadores e preparação do jogo em si, foi por fatores externos que não controlamos, não consigo controlar se o Kikas vai bater o penálti e o relvado está irregular ou não. A resiliência da equipa, o correr atrás, mesmo em desvantagem, acho que chegámos ao intervalo e o resultado não era justo, o Alverca, na primeira vez que foi à nossa baliza, marcou. Realço a qualidade da equipa, a capacidade que tivemos mesmo em inferioridade de empatar o jogo, continuar a jogar, a tentar a construir desde trás e criámos bastante. Agora não é fácil estamos no fecho do mercado, uma semana atípica, sei que o telefone do Kikas tocou muitas vezes e o foco, por muito que se seja um grande profissional, não é o mesmo. Temos de blindar isso da melhor maneira possível, para os jogadores terem outro rendimento.»
O que disse Custódio Castro, treinador do Alverca
«Foi um bom jogo, dentro daquilo que foi possível. Penso que o jogo ficou confuso com todas as incidências, nem é responsabilidade dos jogadores, nem das equipas, que quiseram ganhar e isso sentiu-se, com ascendentes de parte a parte, durante os 90 minutos. A vencermos 2-0, aquele golo a fechar a 1.ª parte acabou por ter alguma interferência na tranquilidade da equipa, que estava bem e a perceber os espaços que treinámos e que o Estrela também nos permitia. Eles têm um jogo bastante agressivo, buscam muito os corredores através da bola direta tentam muito a profundidade e nós estávamos também preparados para isso. O empate acaba por ser justo, pelas oportunidades que foram criadas de parte a parte. Foi o nosso primeiro ponto no campeonato, perante os nossos adeptos que compareceram em grande número, isto é fantástico.»