Chaves: urge colocar 'trancas à porta' para iniciar a tão desejada retoma
Hugo Souza não começou bem a época, mas ultimamente até tem sido dos melhores elementos dos flavienses. (Foto: Grafislab)

Chaves: urge colocar 'trancas à porta' para iniciar a tão desejada retoma

NACIONAL11.02.202416:14

Flavienses só não sofreram golos em três dos 23 jogos oficiais realizados esta época; vêm aí quatro jogos extraordinariamente importantes e que podem ditar muito daquilo que será o futuro dos valentes transmontanos na elite nacional

Num momento negativo há, naturalmente, vários aspetos que devem ser melhorados para que a máquina possa funcionar sem problemas. Mas no caso do Chaves há uma particularidade que salta à vista que e tem sido o principal calcanhar de Aquiles dos flavienses em 2023/2024: a falta de eficácia defensiva.

Desde o arranque oficial da temporada, e olhando às três competições que contaram com a participação dos valentes transmontados (Liga, Taça de Portugal e Taça da Liga), os golos sofridos têm sido uma constante. Tanto no reinado de José Gomes, primeiro, como também após a chegada de Moreno Teixeira ao comando técnico.

Em 23 partidas oficiais já realizadas em 2023/2024 (21 para a Liga, uma para a Taça de Portugal e uma para a Taça da Liga), o Chaves apenas em três não sofreu qualquer golo.

Esses momentos positivos no que diz respeito à organização defensiva aconteceram na vitória em Arouca (2-0, na 7.ª jornada da Liga, no dia 1 de outubro de 2023), no empate em Canelas (0-0, com derrota 3-5 no desempate por penáltis, na 3.ª eliminatória da Taça de Portugal, jogada a 22 de outubro), e, mais recentemente, na receção ao Rio Ave (0-0, na 18.ª jornada da Liga, no passado dia 21 de janeiro).

Perante o exposto, não é propriamente uma surpresa que o Chaves apresente, por esta altura, a pior defesa do Campeonato: 47 golos sofridos em 21 jogos realizados. O que dá uma média de quase 2,24 golos sofridos por jogo. Demasiado...

Este cenário já levou, inclusivamente, à troca de guarda-redes, mas essa permuta também não resultou e tudo acabou por voltar à primeira forma. Hugo Souza, gigante brasileiro que chegou esta temporada ao clube, proveniente do Flamengo, começou a época como titular e foi totalista nas 11 primeiras jornadas da Liga - tinha jogado de início também no primeiro jogo oficial da época, diante do AVS, para a Taça da Liga. No entanto, a irregularidade do número 1 acabou por custar-lhe o lugar, ocupado, depois, pelo compatriota Rodrigo Moura. O camisola 31 foi aposta da 12.ª à 15.ª jornada - antes disso também tinha alinhado na Taça de Portugal, frente ao Canelas - mas essa fase também não foi propriamente profícua (uma vitória e três derrotas, com nove golos sofridos) e Moreno voltou a chamar Hugo Souza para a defesa das redes.

É certo que os resultados não melhoraram assim tanto, mas a verdade é que Hugo Souza reapareceu em bom plano e tem sido dos melhores elementos dos flavienses até à data. 

Claro que o processo defensivo (seja ele positivo ou negativo) não pode ser avaliado apenas pela prestação dos guarda-redes. Nem tão pouco dos elementos que compõem o setor mais recuado. Afinal, e como analisam os treinadores, os primeiros defesas até devem ser os... avançados. É um processo coletivo que depois pode ter mais ou menos eficácia. 

A Liga aproxima-se da sua reta final e é caso para dizer que o Chaves tem de colocar trancas à porta. Que é como quem diz, fechar os caminhos para a sua baliza. Se o fizer e se, a isso, conseguir juntar eficácia na hora finalização, então os resultados positivos voltarão a ser uma realidade para os transmontanos. 

E como a situação pontual não está para brincadeiras, é urgente encarar os próximos jogos com caráter decisivo. Boavista (casa), Estrela da Amadora (fora), Arouca (casa) e Gil Vicente (fora) são os desafios vindouros para os flavienses e convém somar para poder entrar no último terço do campeonato com as contas mais equilibradas.