Terminou a entrevista de Rui Costa.
21 setembro 2024, 18:45
AG do Benfica: o que levou à demissão de Fernando Seara
Presidente da Mesa da Assembleia Geral abandonou após votação favorável de um requerimento de João Diogo Manteigas
Terminou a entrevista de Rui Costa.
21 setembro 2024, 18:45
Presidente da Mesa da Assembleia Geral abandonou após votação favorável de um requerimento de João Diogo Manteigas
«Próxima AG é diferente, espero uma AG à Benfica, com o respeito e dignidade que este clube tem. Cá estarei para ouvir a crítica mas, também, dentro do respeito a que este clube obriga.»
Assembleias-Gerais (revisão dos estatutos e aprovação de contas): «A primeira, dos estatutos, era uma premissa minha e as coisas estão encaminhadas. Deixo um reparo e um lamento sobre o que aconteceu, a demissão do Dr. Fernando Seara. Lamento profundamente, sei o sentimento que ele tem pelo Benfica e tenho muita pena que tenha acontecido isto. Deixo-lhe um grande abraço e agradecimento por tudo o que deu ao clube. A proposta global foi aprovada, agora quero que seja discutido tema a tema, não só para o atual mas para o futuro presidente do Benfica, para que vá ao encontro do que são as necessidades do clube e dos sócios.»
A entrada de Bruno Lage criou dificuldade na estratégia de abordagem ao mercado? «Não, Bruno Lage chegou depois do mercado, não teve influência. Quando se faz um plantel, faz-se para um treinador, neste caso para Roger Schmidt, mas, ao mesmo tempo, conhecendo na perfeição o Bruno Lage e reconhecendo-lhe qualidade, sabia que este plantel se moldava ao treinador. Eu sei como ele gosta dos plantéis montados, trabalhámos anos suficientes para ter esse conhecimento e esse plantel podia ter sido construído por ele pelo que são as caraterísticas dos jogadores. Agora é dar rendimento ao mesmo e acho que está a conseguir dar.»
Objetivos para esta época: «Não é preciso uma carta escrita do que é preciso num clube como o Benfica, quais são os objetivos: é lutar por todas as competições para vencê-las, o Bruno [Lage] está preparado para isso, sabe da exigência deste clube, conhece bem o Benfica e os seus objetivos.»
As comissões: «No caso das comissões, pagámos, e as indicações da FIFA são de 10 por cento nas vendas... e mais uma vez estivemos abaixo, finalizámos o mercado com 8.9; essas comissões estão contratualizadas. Com as entradas tivemos zero de comissões; e o resto que pagámos é comissões sobre os contratos dos jogadores, o que é feito em todo o mundo, em que os agentes têm sempre uma percentagem nos contratos dos jogadores.»
Fair-play financeiro: «Com este resultado negativo encaminhámos o próximo exercício e quanto ao fair-play financeiro da UEFA, que muito se fala disso, o Benfica não tem problemas com o fair-play financeiro, os sócios podem estar descansados em relação a isso e com a saúde financeira do Benfica.»
Análise financeira: «Vendemos mais do que comprámos, 114,7 milhões de receita e 40 milhões de investimento, sendo que poderão acrescer jogadores que vieram com opção de compra. Tivemos resultado negativo nas contas acima dos €30 milhões e não vou embelezar, não é isso que pretendemos fazer, mas as pessoas têm de perceber que o 'timing' da venda influencia muito. Podia estar aqui, facilmente, com resultado positivo, mas optámos, de forma racional e pensada, em prescindir do resultado e trabalhar muito melhor em termos económicos.
Perdemos muitos milhões de euros por vender muito mais cedo ou à pressa. O mercado começou muito tarde fruto do Campeonato da Europa e da Copa América e não fizemos nenhuma venda até 30 de junho, daí o resultado negativo acima dos 30 milhões. Se tivesse aceitado a primeira proposta do João Neves tínhamos um resultado positivo... Digo isto para tranquilizar os sócios do Benfica, não estamos aqui sem saber o que estamos a fazer. Preferimos alongar o mercado.»