Adeus a Jorge Costa: velório no Dragão já terminou
Cerimónias fúnebres terminaram no Estádio do Dragão. Funeral será na quinta-feira

Os Super Dragões e o Coletivo Ultras 95 juntaram-se, ao final da tarde desta quarta-feira, à homenagem a Jorge Costa no Estádio do Dragão. As claques do FC Porto entoaram cânticos em honra do antigo capitão de equipa, acenderam potes de fumo e agitaram uma bandeira gigante com o número 2 e o nome de Jorge Costa. O tributo terminou com o hino do FC Porto, cantado por todas as pessoas que se encontravam junto ao memorial que nasceu na parte exterior do Estádio do Dragão.

Ministra da Cultura, Juventude e Desporto marcou presença no velório de Jorge Costa

Declarações de Pauleta no velório de Jorge Costa:

Palavras do antigo avançado da Seleção Nacional

Declarações de Antero Henrique, ex-dirigente do FC Porto:

«Não apareço muito, mas neste momento em que fazemos uma homenagem a uma pessoa que merece muito, que foi um exemplo para todos os portistas e para os adversários, justifica-se que apareça a dar o meu testemunho. Cruzei-me com o Jorge durante muitos anos, não só no FC Porto, mas também fora, porque fomos tendo uma vida em paralelo. Foi uma pessoa muito especial para mim, um aliado, um irmão que a vida de deu. Estou muito triste, é um momento muito delicado. Passámos momentos marcantes para nós e para o FC Porto e é nestas alturas que surgem muitas memórias, que ajudam a aligeirar estes momentos.

Quero que o Jorge continue muito presente na minha vida porque sempre, silenciosamente, me ajudou muito ao longo da minha carreira tanto no FC Porto como fora. É um agradecimento público que lhe faço pela dimensão que teve como jogador, treinador, mas, essencialmente, pessoa. E isso percebe-se, por exemplo, pela amizade com o Rui Costa, sendo alguém tão portista e defensor dos valores do FC Porto, honroso transportador da braçadeira do FC Porto é imenso pensar que tinha amizades fora do universo do clube que amava acima de todas as coisas. A família e o FC Porto eram as grandes prioridades.

Como capitão, o Jorge sempre foi um aliado da estrutura porque defendia tudo o que era melhor para o grupo e para o clube. Nunca pediu nada para ele, sempre pediu algo em favor da competitividade, do ganhar, do bem-estar do grupo. Hoje, quando vi as capas dos jornais, ocorreu-me uma memória que tem a ver com as cores da braçadeira do FC Porto, que são as da bandeira nacional, e esta inspiração veio de uma conversa com ele. Isto também mostra que o Jorge era muito mais do que um jogador de futebol. Era um capitão à altura de uma instituição mundial. Foi dos melhores capitães que conheci e um exemplo de capitão a nível internacional. Discreto, interventivo, inteligente do ponto de vista emocional e comportamental. Raramente ultrapassava a linha. Jorge e João Pinto são os grandes capitães do FC Porto. Jorge Costa era um manual de como ser capitão, assim como o João Pinto.»

As imagens do adeus a Jorge Costa

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As homenagens a Jorge Costa continuam nos arredores do Estádio do Dragão.

As declarações de Derlei, antigo avançado do FC Porto:

Antigo avançado do FC Porto deixou declarações durante as homenagens ao antigo capitão portista

Pauleta, Raul Meireles, Bosingwa, Ukra, Vítor Bruno, Nuno Piloto, Derlei, Hélder Postiga, João Pinto, antigo capitão do FC Porto, Bruno Alves, Maniche, Hugo, em representação do SC Braga, José Pina Ferreira e Hugo Oliveira, presidente e treinador do Famalicão, respetivamente, estão no velório de Jorge Costa.

«Infelizmente estamos aqui reunidos não para o que estamos acostumados, que é comemorar, mas para homenagear um homem bom, um amigo. Estou extremamente triste, deixo condolências à família. Por tudo o que fez pelo FC Porto, é um momento bastante triste, cabe-nos continuar a mostrar o que ele fez e o legado que deixou nesta casa, que acolheu tantos durante o período que esteve como atleta e dirigente. Sou um privilegiado por poder ter vivido a mística do clube com o Jorge Costa» , sublinhou Derlei, em declarações à imprensa no Dragão.

Sérgio Conceição está no velório de Jorge Costa, no Estádio do Dragão, acompanhado de António Folha.

«Qualquer treinador sentir-se-ia feliz por ter Jorge Costa, não só pelo que era dentro de campo, como pela liderança e extensão do braço do trreinador, com grande preocupação do sentido coletivo. Tinha grande importância num balneário, era uma pessoa que tinha o seu caráter. Não era amigo próximo dele, mas tive a possivilidade de conviver 21 dias no cueso UEFA Pro, em Rui Maior, e trabalhei com ele de forma mais descontraída, mas possibiltou-me perceber o que era a sua dimensão humana. É um sentimento de consternação enorme, ninguém merece morrer abruptamente como Jorge Costa», disse treinador Francisco Chaló, ao Porto Canal.

Memorial cada vez mais preenchido (Catarina Morais/Kapta+)

Derlei, Bruno Alves, Maniche, Bruno Moraes, João Vieira Pinto e Ricardo Fernandes estão presentes no Dragão.

«Dou as condolências à família, amigos e portistas. Era uma pessoa fantásticas fora de campo e dentro deu tudo pelo seu clube. Foi um grande capitão. Convivi com ele na Seleção, no Euro-2000. Exigia muito respeito, mas de uma humildade enorme, não olhava a nomes, eram todos iguais para ele. Quando o cumprimentei pela primeira vez disse 'Olá, senhor Jorge' e ele respondeu: ´Senhor não, trata-me só por Jorge, miúdo'», sublinhou, Quim, antigo guarda-redes, em declarações ao Canal 11.

A ANAF - Associação Nacional de Agentes de Futebol, emitiu comunicado de pesar: «A ANAF manifesta sentido pesar pela morte de Jorge Costa e envia as suas condolências à família e amigos, bem como a todos os adeptos do Futebol Clube do Porto. Jorge Costa, elevou o FC Porto e a sua cidade ao mais alto patamar de destaque mundial. O ‘Bicho’ deixa um inquestionável legado de serviço do desporto nacional e ao País. Eterna saudade do Amigo, do Homem bom, do Campeão e da Lenda.»

«O Jorge foi sempre uma pessoa incrível. Perdi um grande amigo, sou amigo dele desde os 14 anos, e futebol perdeu um homem extraordinário. Ele tinha mais fama do que propriamente o que fazia, de facto, era um adversário difícil, imponente, ao contrário do que se pensava era rápido, lia bem o jogo e isso provocava grandes dificuldades ao adversário. Era inteligente, preparava-se bem para os jogos, naturalmente com a posição de tinha em campo era duro, mas nunca o vi como um jogaor maldoso. Aliás, sofri algumas entradas mais duras dele, mas sabia que era para corte o lance e não para me magoar. Sei o respeito que tinha por mim e o carinho que nutríamos um pelo outro», sublinhou João Vieira Pinto, com voz embargada, em declarações ao Canal 11.

Fernando Gomes, presidente do Comité Olímpico de Portugal, e Reinaldo Teixeira, presidente da Liga, já estiveram no Dragão a prestar homenagem a Jorge Costa. Pedro Proença, presidente da FPF, chegará por volta das 19 horas.

«Partiu um homem amigo, estive com ele há pouco tempo. Recebi esta triste notícia com surpresa. Era novo, deu muito ao FC Porto e ainda tinha muito para dar. Ficamos todos muito tristes com esta partida. Tivemos muitas conquistas juntos, foram tempos fantásticos, era um líder nato, nasceu para liderar um balneário, não é por acaso que com ele o FC Porto ganhou quase tudo, era um braço-direito de qualquer treinador», Drulovic, em declarações à Sport TV.

«Era um grande desportista, com atitude combativa dentro do campo. Fora do campo as relações humanas eram extraordinárias, por isso o mundo do futebol se uniu nesta despedida a Jorge Costa», Manuel Pizarro, ex-ministro da Saúde, em declarações à Sport TV.

Velório de Jorge Costa no Estádio do Dragão (Foto: Catarina Morais/Kapta+)

«Era um líder por natureza, tinha essa capacidade. E para nós, jovens, chegar ao balneário, um pouco envergonhados, e ver tantos craques, era ele que nos ajudada e mostrava o que era ser FC Porto. O Jorge Costa fazia as coisas parecerem fáceis, toda a gente o seguia, tinha assertividade nas decisões e queria o melhor para o clube», disse Hélder Barbosa, em declarações ao Porto Canal.

Hélder Barbosa (Catarina Morais/Kapta+)

A equipa B do FC Porto também já marcou presença no velório.

A pedido da família, devido ao intenso calor que se faz sentir, a urna de Jorge Costa vai ficar sempre na galeria, zona de acesso aos balneários.

Adetos com camisola de Diogo Jota e Jorge Costa (A BOLA)
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O Primeiro-Ministro Luís Montenegro homenageia Jorge Costa no Estádio do Dragão (Catarina Morais/Kapta+)

O Primeiro-Ministro, Luís Montenegro discursou nesta quarta-feira no Estádio do Dragão, homenageando Jorge Costa.

«Jorge Costa tem um percurso notável de serviço ao FC Porto ao nosso país, na Seleção desde as camadas jovens até à equipa principal.

Foi sempre uma alma dentro de campo, no estilo e liderança que passava aos companheiros. Foi um exemplo que partiu muito jovem e deixa uma marca que é insubstituível, com o reconhecimento que tem sido manifestado por todos os que com ele se cruzaram, incluindo os seus adversários. É a prova de que no desporto é possível haver espírito de conquista e, ao mesmo tempo, respeito por todos.

Estamos todos de luto, mas também a olhar para um percurso formidável na dedicação, entrega e capacidade de conduzir os outros com compromisso.»

Autocarro transportou jogadores para o velório de Jorge Costa

Desde ontem, após a notícia da morte de Jorge Costa, alguns adeptos criaram um memorial para alguém que se tornou numa lenda do FC Porto.

Este primeiro momento será para familiares e amigos mais próximos de Jorge Costa, mais tarde, às 15h00, os sócios e adeptos terão também a possibilidade de homeagear o dirigente que faleceu aos 53 anos.

O plantel principal do FC Porto chega neste momento ao Estádio do Dragão. Os jogadores vão prestar homenagem ao antigo capitão antes de o velório ser aberto ao público. O caixão que transporta o corpo de Jorge Costa chegou à casa portista pouco antes das 11h00.

O velório de Jorge Costa está marcado para a tarde desta quarta-feira, no Estádio do Dragão, e A BOLA vai acompanhar a homenagem ao antigo capitão do FC Porto, que morreu na terça-feira.