«Sentimos o impacto da derrota com o Benfica»
Coates fez história nos leões (Miguel Nunes/ASF)

ENTREVISTA A BOLA «Sentimos o impacto da derrota com o Benfica»

NACIONAL03.01.202409:00

Coates não esconde o efeito negativo no dérbi, mas destaca a união do grupo para inverter esse resultado; Ambiente de 2020/2021 está presente mas deixou um aviso: «Isso pode não chegar...»

– Está aí mais um ano e tudo parece estar a correr de forma perfeita para o Sporting…

– Sim… mas sabemos que ainda falta muito também. Ainda nem chegámos a metade do campeonato e obviamente que em janeiro começa muita coisa a acontecer para a equipa. Esperamos estar preparados para o que aí vem.

– Não se adivinha um mês de janeiro fácil face às ausências de jogadores importantes. 

– O calendário é assim e nada podemos fazer quanto a isso. Por vezes temos jogadores importantes, alguns a jogar mais que outros, mas temos um grupo bom para poder demonstrar também que somos unidos e todos são importantes.

Coates é internacional. Nesta possibilidade de ir à seleção estando em competição no clube como é que um jogador lida com essas duas vontades?

É complicado. Comigo, quando vencemos uma Taça da Liga em que estava com a seleção, foi a primeira vez que algo aconteceu. Não sei como se devem sentir os que vão para a seleção, mas a vontade é jogar em todo o lado. Espero que lhes corra tudo bem, são companheiros, e quero sempre o melhor para eles.

– As expectativas dos adeptos, olhando para o percurso esta época, são elevadas. Considera que o Sporting nesta fase é o principal candidato ao título?

– Não sei se somou ou não… sempre olhamos para o próximo jogo com a mentalidade de vitória. Obviamente que sabemos que nesta fase estamos bem colocados na tabela e que o grupo está forte, mas os nossos objetivos são sempre ir jogo a jogo e preparar-nos bem para que quando acabar o ano consigamos o objetivo principal que é ser campeão.

Coates rejeita comparações sobre este plantel e outros anteriores (Miguel Nunes/ASF)

– Na memória está ainda o dérbi com o Benfica. Como é que o grupo ultrapassou essa derrota?

Foi um momento muito complicado, obviamente. Sobretudo pela forma como aconteceu. Acho que na primeira parte estivemos melhor, depois a expulsão do Inácio e alguns erros nossos… mas mesmo assim sentíamo-nos confortáveis no jogo. São coisas do futebol. Em três minutos tudo mudou. E aí está o que falei antes: este grupo é forte, sentiu o impacto da derrota, mas sabíamos que tínhamos mais jogos. Nada acabava ali. Temos a cabeça tranquila e continuamos a trabalhar de igual forma.

– Disse que o grupo estava forte… conheceu muitos plantéis no Sporting mas este é o mais forte deles todos?

Pode ser… não gosto de fazer comparações porque os momentos e os jogadores são diferentes. O meu caso é um exemplo. Tenho mais experiência que antes e posso ajudar de outra forma a equipa. Acho que em termos de jogadores temos um plantel de muita qualidade e o ambiente que se respira é muito saudável.

Coates deixa um aviso: os títulos não se conquistam só com bom ambiente» (Miguel Nunes/ASF)

– Faz lembrar aquele ambiente que levou ao título em 2020/2021?

Pode ser, sim. Mas isso não chega. Os títulos não se conquistam só com o ambiente. Para se chegar aos títulos é preciso trabalhar, estamos na academia todos confortáveis, no balneário, ajuda muito para se ultrapassarem momentos como a derrota com o Benfica e outros assuntos que vão acontecendo no dia a dia.

«Vai ser uma luta até ao fim!»

– A classificação está muito equilibrada, com os rivais muito perto. Com a experiência que tem como antevê o que aí vem?

Vai ser uma luta até ao fim! Nos anos anteriores não se perdiam tantos pontos como este ano e por isso será muito equilibrado. As equipas que veem por baixo também estão cada vez mais difíceis, os erros são mínimos e há que tentar cometer o menos possível. Todas as equipas hoje em dia sabem como joga cada jogador e vai ser até ao fim. Difícil para todos.

Coates lembra que apesar da liderança as coisas podem mudar muito rápido (Miguel Nunes/ASF)

– Rúben Amorim já disse que esta seria uma época de tudo ou nada e não garantiu a continuidade sem sucesso desportivo. O balneário sente essa pressão?

Sim… por mais que o mister fale disso, do tudo ou nada, estamos aqui para tentar chegar aos objetivos. Pois, obviamente sendo uma exigência do mister, dependendo do que vá acontecendo na época. Nós também sabemos que todos os anos, desde que aqui estou, que todos queremos deixar o clube o mais alto possível, lutar por tudo. Creio que também temos esse bom ambiente como equipa e podemos lutar por coisas importantes. 

– Amorim também disse que sabia qual era a ideia dele para o final da época e que os jogadores já sabiam. O que nos pode dizer?

(risos)… terá de lhe perguntar.

– Mas confessou isso ao grupo?

Não confessou. Foi isso… A mensagem que tento perceber que ele quer dar é que temos que dar o máximo para tentar ganhar e conquistar o objetivo. Sabendo que o foco é jogo a jogo e não pensar já que, por estarmos em primeiro, já somos campeões. Porque as coisas podem mudar muito rápido.