Fã de Ibrahimovic, substituiu Dourado e levou bronca de David Luiz

Benfica Fã de Ibrahimovic, substituiu Dourado e levou bronca de David Luiz

NACIONAL03.08.202320:15

Quem vê Pedro hoje, com 1,85 metros, a voar sobre os centrais com a camisa do Flamengo não imagina que aos 11 anos o clube o dispensou por ser pequenino. A altura só apareceu depois, a meio da adolescência, mas a técnica sempre andou por lá, ou não tivesse nascido numa família que respira futebol. É, por isso, por unir técnica e força, que o fã de Ibrahimovic desde moleque foi conquistando treinadores, como Tite, Jesus e outros. Mas não Sampaoli.

Por jogar pouco — perdeu a titularidade para a entrosada dupla Gabigol-Bruno Henrique — sentiu-se insatisfeito nas últimas semanas, até porque é ainda o melhor marcador do Mengão na temporada. Com o Grêmio, para a Copa do Brasil, entrou quase no fim, fez ótima jogada individual mas finalizou mal o que seria o 3-0. No balneário, o argentino criticou-o a ele e não a Gabigol, que falhara um penálti, por não ter marcado o golo que resolveria a eliminatória.

No jogo seguinte, com o Atlético Mineiro, ficou no banco. Aqueceu, aqueceu, aqueceu mas viu entrarem, antes dele, Cebolinha e Luiz Araújo. Irritado, sentou-se, mesmo faltando uma substituição ao Fla. No balneário, Pablo Fernández, adjunto de Sampaoli, chamou-o de ‘desrespechoso’. Pedro devolveu a crítica. E Pablo acertou-lhe um soco na boca (e não no queixo, apesar do craque ser chamado de Queixada pelos colegas).

Agredido, multado e suspenso, o melhor marcador e jogador da Libertadores de 2022 vive o pior momento de uma carreira profissional que começou de rompante, substituindo o titular Henrique Dourado no Fluminense, logo aos 20, continuou devagar, na Fiorentina, e voltou a decolar no maior rival do Flu. Golos? Marca. Títulos? Conquista. Internacionalizações pelo Brasil? Tem. Mas e trabalhar arduamente no dia a dia, trabalha? David Luiz acha que não.

«A primeira vez que o vi falei-lhe de forma dura e ele ficou zangado», contou o central a O Globo. «É um menino doce, coração incrível, mas eu disse-lhe ‘da forma como você treina não vai acontecer, trabalho e dedicação são inegociáveis, você não querer evoluir é inegociável'».

Afinal, Pedro, 26 anos, pode ser o substituto de Gonçalo Ramos, de 22? Os astros conspiram a favor: afinal, como o algarvio, o carioca nasceu a 20 de junho. Mas quatro anos antes.