É a segunda mão dos quartos de final ou um esboço de finais Champions?

Notícia Patrocinada: Star Fans É a segunda mão dos quartos de final ou um esboço de finais Champions?

INTERNACIONAL15.04.202415:47

A primeira mão dos quartos de final da Liga dos Campeões foi um festival de futebol. Muitos golos, boas assistências, leituras de jogo magistrais, teve de tudo e ofereceu um presente aos fanáticos da Champions: deixou tudo em aberto para a segunda mão.

“Como é que negociamos a contradição entre a necessidade de uma crítica do futebol e a possibilidade da sua poética?” É uma das perguntas que Simon Critchley coloca no livro “Em que pensamos quando pensamos em futebol?”. Esta premissa de que o futebol consegue atrair-nos, ser uma “experiência de encantamento” e, ao mesmo tempo, oferecer-nos questões extrajogo muito criticáveis, acompanha-nos enquanto adeptos até ao término da nossa paixão. O autor não traz respostas para a provocação, eu também não. A frase surgiu-me a meio do jogo do PSG – Barcelona, precisamente dos pés do Vitinha. Fez-me pensar que quanto mais se joga bonito, quanto maior o talento dos protagonistas do jogo, mais me entrego ao futebol sem remorsos, pelo menos durante o tempo de jogo.

A segunda mão oferece-nos um Barcelona – PSG com vantagem curta para a equipa de Xavi. O jogo em Paris ajudou a definir o que são estrelas no futebol: jogadores de elevado potencial e desempenho. São jogadores como o Vitinha que não falhou um passe e ainda fez golo. Como o Pedri que parece ter superpoderes de leitura de jogo e capacidade de assistir soberbamente ou como o Raphinha. A lista continuava. Tudo isto e muito mais proporcionou um jogão entre PSG e Barcelona e faz-me ansiar pela adrenalina estelar na segunda volta.

Enquanto se joga em Barcelona, na Alemanha o Dortmund recebe o Atlético de Madrid. A segunda “parte” do jogo mais ameno da primeira mão, ainda assim com alguma rima: “Quem não marca sofre” é coisa do passado, a moda agora é intercetar o passe errado. O Dortmund entrou adormecido no caldeirão, com erros básicos defensivos e sob alta pressão, aos 32 minutos o Atlético já ganhava 2-0, sem grande oposição.

Na segunda parte os colchoneros perderam o embalo da rima. O Dortmund diminuiu a vantagem e há hipótese de reviravolta na Alemanha. A equipa de Simeone vai contrariando maldizeres, ultrapassando obstáculos. O reencontro entre Ancelotti e Simone na competição apesar de longínquo, ainda é possível, sobretudo se a equipa alemã continuar a oferecer 45 minutos de avanço ao adversário.

O festival de futebol continua com mais participação alemã: Bayern – Arsenal. O jogo em Inglaterra teve todos os ingredientes de um jogo Champions. Uma primeira parte de tirar o fôlego a qualquer adepto e a fazer-me ver em loop o lance de Sané (minuto 29) que acabou por resultar em penalti convertido por Kane. Na segunda parte a alegria começou por desenhar-se na combinação de pés Trossard - Gabriel Jesus, com o belga a fazer o empate aos 75 minutos: 2-2! Se isto não abre o apetite para mais uma “final” para ver na Alemanha!

E por falar em final... Manchester City – Real Madrid para fechar a semana em suspiros múltiplos! O jogo no Bernabéu foi vertiginoso e ao mesmo tempo uma lição de como tratar a bola com carinho. Guardiola tinha avisado que seria um jogo com muitos jogos dentro, nós sabíamos que seria uma prova de esforço para o coração de adeptos, mas foi mais, foi uma masterclasse de futebol e emoção. Bernardo Silva abriu o marcador aos dois minutos e desde aí até ao último minuto, o jogo foi uma declaração de amor ao futebol. Seis golos num jogo bem disputado é mesmo amor. Não espero menos do que isso na segunda mão. Tudo em prol da poética futebolística.