Fernando Santos (A BOLA)
Fernando Santos (André Filipe/A BOLA)

Entrevista Fernando Santos, um treinador que achou que o seu amor eterno seria outro

A BOLA TV08.11.202300:14

Antigo selecionador nacional abriu o livro A BOLA.

Fernando Santos, o único treinador que levou Portugal à loucura pela conquista de um Campeonato da Europa de futebol. Conquistou uma Liga das Nações. Foi o engenheiro do Penta para o FC Porto. Treinou o Benfica e o Sporting. Está umbilicalmente ligado ao Estoril para todo o sempre. As histórias que tem do futebol são imensas e nas mais diversas línguas, até porque o amor a Portugal anda (quase) lado a lado com o amor à Grécia

Com tanto para falar de futebol, Fernando Santos recebeu A BOLA no Hotel Palácio, no Estoril, onde durante tantos anos trabalhou como engenheiro e ao qual continua ligado por conta de uma licença sem vencimento que se mantém até hoje. Mesmo não trabalhando há muitos anos. 

«Em determinado momento da minha vida pensei que este hotel seria o meu amor eterno. Quando deixei de jogar, simplesmente pensei que a minha vida ia ser sempre a da hotelaria. Esta teria sido a minha paixão para a vida toda em termos diários, mas agora continua a ser uma paixão da minha vida, porque venho aqui sempre que estou em Portugal», conta-nos orgulhoso sobre este hotel de 1930 onde pernoitaram diversas personalidades da realeza internacional.

Fernando Santos foi responsável por uma remodelação do hotel em 1983, quando foi construído um restaurante. Colocou, nessa altura, em prática o que aprendeu em engenharia, curso que seguiu porque o pai o obrigou «senão não havia futebol para ninguém».

Mudando diversas vezes de rota no futebol foi conquistando troféus. Alguns, até, apenas de reconhecimento. Guarda muitos deles expostos numa sala da casa onde habita com a mulher Guilhermina, antiga professora por quem se apaixonou ainda jovem e com a qual tem dois filhos: Cátia e Luís. 

As memórias do futebol estão expostas, com orgulho, em imagens a preto e branco, dos tempos de menino, quando o futebol que jogava era bem diferente do de hoje. Foi jogador tarde demais e tornou-se treinador (quase) por acaso. Aconteceu. O Estoril precisou, ele disse presente e foi galgando palmos de relvado até ser reconhecido. Em Portugal, e talvez até primeiro na Grécia. Hoje, abrindo a porta para a sala das memórias que tem em casa, mostra a A BOLA as paredes repletas de imagens de momentos de glória. Nos armários as fotografias são mais do que muitas e as camisolas expostas também. Duas filas de cabides com camisolas de clubes e de seleções, oferecidas e autografadas por jogadores que constam nos livros de história do futebol nacional e internacional. À frente, lado a lado, uma de Portugal e outra da Grécia…

Onze meses depois de ter deixado o cargo de Selecionador Nacional, na sequência do Campeonato do Mundo, Fernando Santos abriu o livro. Esta quarta-feira pode ler a primeira parte de uma entrevista em que o técnico explica como ficou a relação com Cristiano Ronaldo.