Interplanetário
Roger Schmidt (Miguel Nunes)

Interplanetário

OPINIÃO29.04.202407:30

Roger Schmidt, eleições no FC Porto e um machista despedido

De vez em quando Roger Schmidt sai do planeta onde mora – alvitrei aqui há semanas dois bons exoplanetas, Kepler-186F ou 51-Pegasi b – e fala das coisas como toda a gente viu. Posso aplaudir a forma como se defendeu, e à equipa, da reação quente dos adeptos do Benfica em Faro. «A minha relação com pessoas que atiram coisas aos jogadores ou lhes cospem em cima? Não, não quero trabalhar nessa relação, nunca vou aceitar, nunca vou perdoar essas coisas. Não preciso de relação com nenhuma dessas dez pessoas», disse. E tem razão. Mas por outro lado podemos compreender milhares que perdem a paciência quando o alemão tira da equipa, como aconteceu agora entre o jogo com o Farense e o SC Braga, jogadores que tiveram boas atuações, como Carreras ou Kokçu. Que tipo de confiança têm? Que tipo de confiança têm os adeptos no treinador? Os que jogam mal, normalmente saem; aqui os que jogam bem, também. Este sábado, algures entre o final de um jogo que foi interrompido por tochas no relvado e a sala de imprensa, voltou a colocar-se a anos luz da Terra: «Pessoas que conhecem o clube há mais tempo que eu dizem-me que isto que acontece não é por nossa causa, é algo que acontece várias vezes no Benfica.»

Aceitei o desafio do Alexandre Pereira: sou sub-49 e não sei como se chamava o antecessor de Pinto da Costa na presidência do FC Porto. O homem e o cargo de presidente eram sinónimos desde que me lembro, por isso a noite de sábado foi decididamente histórica com a eleição de André Villas-Boas. Os primeiros relatos de 60 por cento dos votos já eram difíceis de acreditar. Os 80 finais são ainda mais surpreendentes. Agora que os três grandes têm presidentes a rondar os 50 anos (Rui Costa, 52, Frederico Varandas, 44 anos e Villas-Boas 46)  espera-se que tudo seja um pouco mais moderno.

E pronto, o argentino Ramón Díaz foi despedido do Vasco da Gama. Chegou em julho do ano passado com o filho, impediu a equipa de descer, mas o início de época não foi bom. Depois de várias derrotas, deu uma absoluta demonstração de machismo ao dizer que era complicado ter uma mulher no VAR. Mas foi mais uma derrota, 0-4 com o Criciúma, que o despachou.

Ah, o antecessor de Pinto da Costa foi Américo de Sá.