Treinador satisfeito com a exibição do Benfica; voltou a ser bastante questionado sobre os protestos de alguns adeptos

Roger Schmidt apresentou-se na conferência de imprensa após o final do Benfica - SC Braga (3-1) feliz pela exibição e pelo resultado da equipa, mas a conferência acabou por ficar marcada por nova onda de questões relativamente aos protestos dos adeptos e ao futuro do treinador alemão no clube encarnado. O técnico das águias, no entanto, preferiu falar sobre o jogo e sobre o apoio dos outros adeptos.

Leia tudo o que disse Roger Schmidt:

— Qual é a sua opinião sobre este jogo do Benfica?

— Primeiro, quero dar as minhas sinceras condolências ao meu colega, Rui, treinador do SC Braga. O que aconteceu há duas semanas, nem conseguimos imaginar o que significa para ele e para a sua família, perder um filho. Desejo-lhe toda as forças para lidar com isto.

Foi um jogo difícil, começámos bem, criámos oportunidades, depois o SC Braga marcou. Tivemos dificuldades em acelerar nos momentos certos, mas na segunda parte colocámo-los sob pressão. Eles têm jogadores rápidos, individualmente muito bons, mas o Benfica mostrou intensidade, qualidade e paciência e, no final, marcámos três bons golos e sem dúvida merecemos esta vitória. Foi uma vitória da mentalidade e da crença. Foi muito importante para nós ganhar esta noite.

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— Apesar do jogo que o Benfica faz, na primeira parte foi visível a divisão dos adeptos, alguns entoaram cânticos contra si. É difícil trabalhar neste ambiente? Está na disposição de o continuar a fazer?

— Para ser sincero, já falei muito sobre este tópico nas últimas conferências. Hoje quero falar dos adeptos que nos apoiaram de uma forma positiva. Foram importantes em vários momentos. O mais importante é que ganhámos o jogo. Provavelmente não seremos campeões, mas vamos lutar até ao último suspiro. Foi o que os jogadores fizeram hoje, de uma maneira muito positiva diante de um grande adversário.

— As substituições foram a chave para a vitória?

— Não foram só as substituições. O Bah saiu porque teve problemas físicos, tentámos que jogasse mais alguns minutos, mas estava com muitas dores. O Kokçu e o Marcos Leonardo trouxeram mais frescura, intensidade, estiveram envolvidos nos golos. As substituições foram importantes, mas todos os jogadores mostraram uma boa mentalidade, acreditaram neles próprios e estiveram focados no jogo. Há que aceitar que hoje precisámos de alguma paciência para encontrar os espaços para marcar, mas acabámos por ter uma boa performance.

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— Não quer comentar o protesto dos adeptos, que surgiu numa altura em que a equipa estava em desvantagem. O facto de o jogo ter estado interrompido afetou a equipa? Como é que a equipa está a lidar com esta situação?

— Como disse, não quero falar muito sobre esse tema. Os adeptos no estádio deram apoio à equipa. Mostrámos que acreditávamos que podíamos ganhar desde o início. Acho que já falámos muito sobre esse tópico.

— A entrada de Marcos Leonardo fez toda a diferença. Sétimo golo em 13 jogos. Ganhou um lugar no onze?

— Estou muito contente com a exibição do Marcos. Começou muito bem no Benfica quando chegou no inverno. Hoje trouxe frescura e poder físico, entrou bem, está em boa forma, jogou vinte e tal minutos e mostrou muita qualidade. Temos de o desenvolver para que consiga jogar os 90 minutos. Está a ganhar experiência, já olhamos para a próxima temporada, em que poderá ter um papel diferente. Os golos são sempre bons argumentos para que ele possa jogar, os avançados já tiveram oportunidade para jogar vários jogos e lutar pelas posições, estamos felizes que o Marcos hoje tenha mostrado qualidade na finalização. No segundo golo mostrou a sua vontade de marcar golos.

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— Amanhã vai torcer pela vitória do FC Porto frente ao Sporting?

— [Risos] Claro, queremos que o FC Porto ganhe porque o Benfica está em atraso na tabela classificativa.

— A época está a terminar, as contestações já aconteceram bastantes vezes. As palavras ouvidas foram dirigidas a si e ao presidente. Sente instabilidade no clube? É importante que Rui Costa venha defendê-lo novamente?

— O que posso dizer sobre isto é que há pessoas que conhecem o Benfica há mais tempo que eu e me dizem que isto que acontece não é por nossa causa, é algo que acontece várias vezes no Benfica, não é uma situação nova. Obviamente torna mais difícil chegar ao sucesso e vencer. Não estamos felizes com esta negatividade, mas o mais importante são os mais de 50 mil adeptos que apoiaram a equipa. Não é fácil lidar com isto, especialmente para os jogadores. O Benfica é um clube fantástico e temos de aceitar. Não estou preocupado, a equipa soube concentrar-se mesmo com esta atmosfera, com este cenário. Se conseguirmos fazer isto, todos estamos felizes.