Vitória de Setúbal Zequinha pensou em acabar, mas o amor ao Vitória falou mais alto

Zequinha vai continuar a representar o Vitória. Mais importante. Zequinha vai continuar a jogar futebol. Aos 36 anos, o icónico avançado rendeu-se ao apelo que lhe foi feito pela Administração sadina num momento particularmente delicado da instituição setubalense. Foi preciso dar um passo atrás numa decisão que estava a ser ponderada.

«Pensei em acabar, sim, posso dizer que há duas semanas a minha carreira estava terminada», confidencia Zequinha a A BOLA, não escondendo, por isso, que a renovação esta segunda-feira oficializada «foi mais difícil que das outras vezes».

«A minha cabeça não estava voltada para continuar. Porquê? O facto de o Vitória ter descido de divisão, a impotência por não estar a conseguir ajudar, um sentimento de culpa, até. A cabeça começa a pensar em tudo isso…», partilha o avançado.

Mas o coração falou mais alto e Zequinha, praticamente nascido no Bonfim, aceitou continuar apesar de uma outra janela de oportunidade lhe ter sido aberta.

«Tive uma proposta da Índia, mas não estava com muita vontade de regressar [jogou no Atlético de Kolkata em 2017/2018]. Fiquei por causa do projeto que o clube tem, pelo amor que tenho ao Vitória, pelas pessoas que agora lá estão, que conheço há muitos anos e que falaram comigo e me convenceram a ficar. Tenho aqui a minha família, estou perto dela, e sinto que devo continuar a ajudar o Vitória da melhor maneira possível», diz Zequinha, não negando estar ainda a «digerir tudo», mas exultando pela sensação que entretanto o assaltou:

«Treinei-me hoje e senti-me muito bem!»

O caminho é, portanto, em frente, o plano está já desenhado na mente de Zequinha.

«Quero ajudar, transmitir a mística do Vitória. E recuperar a alegria que sempre passei a toda a gente desde que aqui cheguei ainda miúdo. O que mais posso prometer?  Sempre o mesmo empenho, a mesma ambição de evoluir como homem e jogador. Ser um exemplo em todos os sentidos. Estou muito contente por continuar a representar o meu clube. Quero continuar a dignificar este símbolo e os adeptos que tanto merecem», afirma seguro o capitão do Vitória, pelo qual, em sete épocas, as últimas cinco consecutivas, somou já 188 jogos e meia centena de golos.