Villas-Boas garante: «Sérgio Conceição será a primeira pessoa que vou abordar»

Candidato à presidência do FC Porto explica que não falou com qualquer treinador para o lugar de Sérgio Conceição

Em entrevista à RTP, André Villas-Boas comentou a continuidade (ou não) de Sérgio Conceição no FC Porto, garantindo que vai falar com ele antes de pensar noutro treinador para o comando técnico dos dragões:

O André falou há pouco da sua carreira de treinador, trabalhou ao mais alto nível, quer no FC Porto quer noutros clubes de contexto europeu, sabe como hoje os grandes clubes escolhem um treinador, definem o modelo de jogo, identificam um perfil de treinador, fazem três ou quatro entrevistas e escolhem. O André já definiu esse perfil?

«Gostava de começar por respeitar a palavra do treinador. O Sérgio Conceição sempre se colocou à parte deste ato eleitoral. Compreendo que não seja fácil para ele gerir toda a comunicação que há à volta da equipa, relativamente a este ato eleitoral, importante recordar que já o fez, ou seja, em 2020 também já era treinador do FC Porto, foi campeão nacional nesse ano e também houve um ato eleitoral, portanto tem essa experiência, isto não é novidade para ninguém. A novidade é que, a única coisa que diverge de 2020 será o poder da candidatura de oposição, portanto o treinador atual do FC Porto manteve-se à parte, será a primeira pessoa que eu irei abordar.»

Faz sentido equacionar a continuidade de Sérgio Conceição, apesar dos resultados?

«O que faz sentido é ter uma conversa com o treinador, perceber as razões pelas quais não foi feita uma renovação anteriormente, que podem ter a ver com as suas motivações relativamente ao seu futuro e a sua carreira. Portanto eu como nunca falei com o treinador sobre este assunto, entendo fazê-lo.»

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E não falou com nenhum treinador? Nem com Gasperini?

«Não, em absoluto.»

Zubizarreta, esse nome histórico do Barcelona, que também trabalhou consigo em Marselha, vai ser o diretor desportivo do FC Porto?

«Eu tive uma relação de muita empatia, profissional e pessoal com o Zubizarreta, portanto eu tenho planos muito bem definidos relativamente à direção desportiva. O meu FC Porto futuro assenta numa direção desportiva estruturada e será sempre esse o coração da sustentabilidade financeira do clube. A formação terá um papel a jogar, a performance tem um papel a jogar, o scouting tem um papel novo a jogar, tudo isto obedece a uma direção desportiva estruturada, onde eu farei confiança a pessoas com as coisas trabalhei. Portanto é muito possível que isso aconteça, será um anúncio para breve, para esta quinta-feira, acho que será um anúncio do agrado dos associados.»

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Portanto quando diz que é muito possível que aconteça, é porque vai acontecer na próxima quinta-feira?

«Como há pouco estávamos a falar de perfis, digamos que esse obedece ao perfil desejado.»

E Jorge Costa, um capitão histórico do FC Porto, trabalhou com ele na altura da Taça UEFA do Sevilha, em que André Villas-Boas fazia para da equipa técnica de José Mourinho, qual vai ser o papel do Jorge Costa no FC Porto do futuro, caso o Villas-Boas ganhe?

«Neste momento, o Jorge é um dos apoiantes da candidatura, entende como elemento histórico do FC Porto, que tudo ganhou, entende que é uma altura de mudança e, portanto, manifestou o seu apoio pessoal no anúncio da minha candidatura e já esteve envolvido em alguns eventos da minha candidatura. Portanto, neste momento, ficou feliz por poder contar com um universo de pessoas do mundo azul e branco, com grande representatividade. O Jorge é uma destas pessoas, está vinculado ao AVS, evidentemente, e logo veremos.»

Mas é credível que haja lugar para ele no futuro?

«Vamos ver, não queria estar a antecipar cenário.»

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Há um nome que tem sido muito falado nesta campanha, o nome de Antero Henriques, que foi um homem muito importante na estrutura do FC Porto durante muitos anos. Vai voltar ao Dragão, vai ser seu conselheiro, é um amigo que vai estar à distância, mas que vai ouvir para tomar algumas decisões?

«O Antero não tem nada a ver com esta candidatura, é uma pessoa amiga, que eu conheço, com a qual eu me relaciono, com a qual naturalmente falo de temas relacionados com esta candidatura, mas não tem impacto absolutamente nenhum sobre decisões futuras e estruturantes do FC Porto. Na minha ótica, foi dos melhores profissionais com os quais eu trabalhei, e este é um sentimento partilhado em geral no futebol europeu, uma pessoa de grande conhecimento e de grande profissionalismo, com uma visão estratega no futebol europeu, difícil de encontrar, mas não terá nenhum papel no FC Porto do futuro.»