Seleção feminina com exemplo a seguir: «Gostaríamos de repetir o trajeto incrível dos AA masculinos»
A capitã e o técnico da seleção portuguesa de futebol feminino, Dolores Silva e Francisco Neto. Foto: D.R.

Seleção feminina com exemplo a seguir: «Gostaríamos de repetir o trajeto incrível dos AA masculinos»

Francisco Neto elogia as caminhadas das várias seleções de Portugal, ambicionando seguir as suas pisadas; selecionador e capitã, Dolores Silva, mostram-se alerta perante a Bósnia e Herzegovina, primeiro adversário na fase de qualificação para o Euro 2025

Arranca esta sexta-feira, em Leiria, para Portugal a fase de apuramento para o Euro 2025, para a qual a equipa nacional parte com a confiança natural de quem alcançou feitos inéditos nos últimos anos – duas participações em Europeus, consecutivas, e as inéditas presenças no Mundial e na Liga A da Liga das Nações. Para enfrentar mais um grupo de qualificação, o selecionador Francisco Neto mantém os pés assentes na terra, mas não esconde que o objetivo é ambicioso e existem modelos a seguir na própria Cidade do Futebol.

«É inegável que esse trajeto é incrível e que gostaríamos de o repetir, não só por aquilo que tem sido o trajeto incrível dos AA’s masculinos, como também do futsal, que têm feito o apuramento deles quase só com vitórias, os sub-21 a mesma situação…esta é uma casa em que as equipas estão habituadas a ganhar. Seja qual for o patamar e exigência que colocamos a nós próprios é sermos dominadores no jogo, estamos também a chegar a esse patamar e sem dúvida nenhuma de que gostaríamos de o fazer», reconheceu, moralizado.

«Se fizermos 10 vitórias, garantimos o apuramento para o Europeu, de certeza absoluta», constatou Francisco Neto, que se focou no primeiro passo para Portugal: levar de vencida a Bósnia e Herzegovina, que visita o Estádio Dr. Magalhães Pessoa e representará um adversário competitivo. «Uma coisa são os jogos particulares, há sempre um contexto, uma história ou uma narrativa em volta disso. Não olhamos dessa maneira, sem dúvida de que a Bósnia está em crescendo», admitiu o técnico, com respeito pelo opositor.

«A Bósnia é uma equipa competitiva, que tinha um padrão de organização que tínhamos muito bem identificado quando foi o sorteio e que mudou, ou agora poderá mudar, em função da entrada do novo treinador. Isso deixa-nos problemas na identificação do padrão que eles nos poderão colocar», alertou ainda Francisco Neto.

Apesar da dúvida sobre como o adversário se irá apresentar, Francisco Neto foi muito claro sobre o que pretende para a partida - derrotar a Bósnia e Herzegovina, de preferência com uma exibição agradável que valorize as jogadoras lusas tanto invidual, como coletivamente.

«Temos é de vencer, isso é o número 1. Já jogámos muito bem e perdemos e não é isso que queremos. Claro que jogando bem, vencendo e marcando a nossa posição, é o cenário perfeito, mas temos de focar-nos no que conseguimos fazer e no que conseguimos controlar. O objetivo é, nitidamente, os três pontos e depois aliar ao que falámos no início, que é uma boa exibição, um bom controlo no jogo, protagonismo no jogo e, acima de tudo, que a jogadora portuguesa se divirta a jogar», propôs o selecionador nacional.

Na conferência de antevisão ao encontro teve ao seu lado a capitã da equipa portuguesa, Dolores Silva, que aborda a tarefa com responsabilidade. «Não podemos fugir do que é a nossa posição neste momento. Claro que a responsabilidade aumenta», reconhece a experiente atleta, que contabiliza impressionantes 158 internacionalizações.

Somos favoritas, mas isso não impede, não nos impede de crescer ou nos deixa iludidas, a pensar que temos tudo ganho ou o passaporte garantido. Acho que é isso não é algo que caracterize esta equipa, que é sempre ciente do que tem como ponto forte e fraco e o nosso objetivo é, em cada estágio, melhorar, trabalhar ao máximo para potenciar aquilo em que Portugal é bom e em que temos de melhorar», assinalou a médio de 32 anos.

No conjunto opositor, Dolores encontrará uma sua bem conhecida: Melisa Hasanbegovic, defesa central da qual é companheira no SC Braga e com quem revelou ter falado a respeito deste desafio. «Falei com a minha colega antes do estágio e por acaso foi engraçado porque tínhamos partilhado que seria giro defrontarmo-nos num Portugal – Bósnia. O que sei é que mudaram de treinador agora, recentemente, tinham uma treinadora já há muito tempo, e passaram a ter um novo treinador», transmitiu, preparada.

«Sabemos de antemão que talvez seja uma motivação extra, porque elas vão estar com novos processos e querer mostrar serviço e trabalho. Temos de estar atentas a isso e com o máximo respeito», assinalou Dolores Silva, porta-voz de uma equipa que tudo promete fazer para conquistar os três pontos na jornada de estreia e rumar a Malta, para disputar a segunda jornada, com o mesmo objetivo de vitória.