Como Pizzi e Fonte foram atraídos pelo sonho arsenalista

SC Braga Como Pizzi e Fonte foram atraídos pelo sonho arsenalista

NACIONAL18.07.202309:15

O SC Braga continua a dilatar a sua condição aquisitiva e a atingir mercados que pareciam inalcançáveis para a bolsa de um clube sediado numa média cidade europeia. O percurso ascensional do emblema minhoto, ditado em grande parte pelo comando de António Salvador, cujo sonho de ser campeão vai destruindo barreiras a cada viragem de calendário, tem sido cumprido com paciência e esforço, mas também assente em pilares económicos relativamente sólidos, mercê de uma gestão que assume o risco sem pisar os limites. E que não falha oportunidades de reembolso como as determinadas pelas vendas de David Carmo (€20 milhões) ao FC Porto ou de Vitinha (€32 milhões) ao Marselha, para só citar as mais recentes.


Esse tem sido um registo evidente nos últimos anos e definitivamente percetível numa série de ações de gestão desportiva ao nível do futebol profissional, cuja rentabilidade vem valendo a aproximação aos três grandes da paróquia. Os números não enganam, ainda que possam surpreender os menos atentos. Vejamos os casos mais destacados ao longo dos últimos meses: €8 milhões pagos ao Barcelona pela totalidade do passe de Abel Ruiz, hoje valorizado mercê do excelente Europeu sub-21 que lhe deu o título de vice-campeão; €6,5 milhões entregues ao Fenerbahçe para garantir os direitos económicos de Bruma; e, há dias, €5 milhões ao Schalke 04 para assegurar a contratação de Rodrigo Zalazar, um uruguaio de 23 anos que promete dar boas notícias aos arsenalistas.


Mas nem só de gastos tem sido feito o reforço do plantel. Outra das facetas desta Administração passa também pela manutenção dos seus melhores valores. O primeiro sinal terá sido dado aquando da recusa em vender Ricardo Horta ao Benfica por menos de €20 milhões; o mesmo quando se fala de Matheus, Al Musrati ou Tormena, nomes sob intensa cobiça alheia, mas não necessariamente destinados a sair por valores apetecíveis na ótica dos seus pretendentes. António Salvador, neste particular, até já passeia essa imagem de negociante firme e de difícil convencimento.


A vontade de ficar na história
A par desta política de retenção dos melhores ativos e da aposta em jovens suscetíveis de rápida evolução e respetivo valor acrescentado, o SC Braga consegue agora não apenas seduzir os craques da modalidade, como abrir portas a figuras de topo, que em tempos não distantes pareciam impossíveis de namorar. Assim aconteceu com Pizzi, que, apesar dos seus 33 anos, mantém cartel suficiente para entusiasmar os maiores do universo, assim se repete o filme com José Fonte, que aos 39 provoca igualmente inveja a muitos jovens. Reconheça-se que, em qualquer circunstância, um e outro poderiam ter optado por palcos mais endinheirados, tendo no entanto preferido aceitar o desafio de continuar a jogar ao mais alto nível, com o que a presença na Champions também tem de atrativo. Porém, como diz a A BOLA José Nuno Azevedo, que vestiu a camisola arsenalista durante longos anos, «a constante aproximação que o Braga tem feito aos grandes incentiva e torna-se aliciante para quem procura manter-se no topo».


O embalo, junta José Nuno Azevedo, «pode até servir de convite a outras figuras que pretendam ajudar», sem esquecer que em aberto permanece um alvo por concretizar.


«O facto de os que aceitarem o desafio poderem vir a fazer história tornando-se campeões pelo Braga», nota o antigo lateral-direito e capitão, para depois referir a propósito de José Fonte: «Não importa sequer questionar a idade, a experiência ou a maturidade de quem chega, desde que o seu rendimento sirva os interesses da equipa.»

E é então este SC Braga já membro do mundo dos ricos e famosos que se faz de novo à estrada em 2023/2024.