Aursnes espremido no Benfica

Único no plantel que jogou todos os minutos de todos os 20 jogos da equipa; entre os 21 totalistas na Liga só o norueguês não é guarda-redes ou exclusivamente defesa

Há muito que deixou de ser uma novidade: Fredrik Aursnes é um jogador imprescindível para Roger Schmidt e o treinador alemão conta com o médio norueguês, de 27 anos, para desempenhar vários papeis na equipa. Agora, há 9 jogos que é posicionado no flanco direito e há 3 consecutivos que, com a lesão do defesa dinamarquês Alexander Bah, desce para lateral-direito. 

316 minutos pela seleção

Aursnes esteve em todos os 20 jogos realizados pelos encarnados até agora na temporada e jogou todos os minutos, num total de 1800; marcou 2 golos e foi responsável por 4 assistências. A esta competição, soma ainda, apenas esta época, desde setembro, 316 minutos pela sua seleção — foi titular em 4 jogos, mas apenas em um completou os 90 minutos. Ou seja: já tem 2.116 minutos nas pernas. 

No Campeonato

Olhando apenas para a Liga de 2023/2024, o primeiro terço já está cumprido e, entre os 425 jogadores que já foram utilizados pelas 18 equipas em competição — e somente um, o médio Mateus Fernandes, disputou jogos por dois emblemas: Sporting (uma partida) e Estoril (oito) —, apenas 21 cumpriram todos os minutos da prova, conseguindo o pleno de 990 minutos, fora os tempos concedidos de compensação. Desses 21 totalistas, 12 são guarda-redes, 8 alinham como defesas: um lateral-direito, um lateral-esquerdo e 6 centrais.

Fredrik Aursnes foi contratado no verão de 2022 aos neerlandeses do Feyenoord e é mesmo um caso singular pois, para lá de ser o único presente nesta lista de jogadores que não defende a baliza ou se limita a ações defensivas, também, como igualmente referimos acima, não falhou um minuto sequer em todos os 20 jogos realizados pelo Benfica nesta temporada: e já foram 11 no Campeonato, 5 na Champions, Supertaça, 2 na Taça de Portugal e um na Taça da Liga! 

As posições

Citando o dramaturgo e poeta Bertolt Brecht, referindo-se a combatentes por ideais políticos, «há os bons, os melhores, os muito bons… e os imprescindíveis». E este é mesmo o estatuto adquirido pelo norueguês junto de Roger Schmidt que, elogiando a elevada consistência do seu jogador; solidez física e inteligência tática que lhe permite jogar em diversas posições, não lhe dá qualquer folga mesmo em partidas contra adversários mais macios e nunca sentiu necessidade de o retirar mais cedo do relvado. Sempre presente no onze titular, nesta edição da Liga o nórdico alinhou em 6 jornadas como lateral-esquerdo, 3 como lateral-direito e 2 como médio esquerdo, chegando inclusivamente a mudar do setor recuado esquerdo para o direito a meio dos alguns jogos e avançando no terreno para ser médio-lateral ou até defensivo (trinco). Já jogou também como médio centro atrás do ponta de lança e para a Champions, contra o Inter, em Milão, principiou como extremo-esquerdo! Só não jogou a ponta de lança e aceitam-se apostas se, um dia, não terá de ir para a baliza em caso de lesão ou expulsão do guarda-redes. 

Nas águias, também Otamendi, João Neves e Rafa estiveram presentes nas 11 jornadas, mas não as cumpriram na totalidade. 

Quanto aos três maiores rivais dos encarnados, não apresentam qualquer jogador de campo totalista, somente os guardiões Adán (Sporting), Diogo Costa (FC Porto, esta a equipa que mais jogadores rodou: 27) e Matheus (SC Braga) fizeram o pleno neste primeiro terço da prova. Há três que já não apresentam totalistas na Liga: Portimonense, E. Amadora e Estoril.