A vida de Enzo Ferrari dava um filme... e deu!

A vida de Enzo Ferrari dava um filme... e deu!

AUTOMOBILISMO02.01.202423:42

Biografia cinematográfica do fundador do célebre construtor de automóveis desportivos italiano. Obra do realizador norte-americano Michael Mann estreia esta quinta-feira em Portugal. Fica a sinopse e alguns traços da fascinante personalidade do Comendador

No verão de 1957, o antigo piloto e empresário italiano Enzo Ferrari tem a vida pessoal e profissional num turbilhão. A empresa construtora de automóveis desportivos que fundou 10 anos antes com a sua mulher Laura, está em risco de falência e o frágil casamento ameaçado pela morte do filho Alfredo Dino e o reconhecimento legal de outro, Piero, fruto de relação extramatrimonial. 

Numa tentativa desesperada, que poderia muito bem ser a última, de garantir a sobrevivência da Ferrari, Enzo decide investir tudo, incluindo a reputação na administração da empresa, na vitória numa única corrida em Itália, as icónicas Mille Miglia (1000 Milhas).

Esta é a sinopse de filme com o nome da mais carismática marca do desporto automóvel, do realizador norte-americano Michael Mann, que estreia amanhã nas principais salas de cinema portuguesas, e que tem como protagonistas Adam Driver (Enzo Ferrari) e Penélupe Cruz (Laura Ferrari). 

Personalidade forte e controversa, empreendedor e para muitos um visionário, Enzo Ferrari viveu uma vida que dava um filme. Visto como instigador de rivalidade entre os pilotos da sua Scuderia, alguns dos mais talentosos de todos os tempos, Il Commendatore acreditava que esta tornava-os mais competitivos e rápidos. 

Por isso, evitava manter uma relação próxima com os pilotos, e ainda mais após as mortes de Giuseppe Campari (1933) e de Alberto Ascari (1955), que tinham sido exceções e cujo trágico desaparecimento causaram-lhe enorme desgosto. Mais tarde na vida, Enzo cedeu nessa premissa apenas mais dois pilotos, Clay Regazzoni e especialmente Gilles Villeneuve, e ter-se-á arrependido...

Piero Ferrari, atual vice-presidente da Ferrari e detentor de 10% do capital da empresa, elogiou o filme biográfico, considerando-o «fidedigno, em especial na forma como mostra a motivação» do seu pai. «Ele era uma pessoa que estava sempre a olhar em diante, seguindo sempre com passos convictos e nunca voltando atrás».

Ferrari morreu em 14 de agosto de 1988 em Maranello, aos 90 anos, vítima de leucemia. Antes de falecer, temendo protestos dos fãs da marca devido à má temporada de Fórmula 1, Enzo expressou o desejo de que sua morte fosse tornada pública apenas depois do seu funeral (16). 

Nesse ano, a McLaren, de Senna e Prost, venceu todas as corridas, mas interrompeu a série triunfal no GP de Itália, em Monza, a 11 de setembro, ganho pelos dois Cavallino Rampante, Gerhard Berger e Michele Alboreto. Homenagem?