«É uma situação bizarra» a de Vasileia Karachaliou
Vasileia Karachaliou (IMAGO/AFLOSPORT)

«É uma situação bizarra» a de Vasileia Karachaliou

OLIMPISMO25.12.202319:12

Velejadora grega conquistou vaga olímpica para Portugal, mas participação nos Jogos de 2024 com as cores lusas foi vetada

José Manuel Constantino abordou o recente impasse que envolve a velejadora grega Vasileia Karachaliou e definiu a situação como «uma coisa perfeitamente bizarra». A desportista helénica garantiu quota olímpica para o país luso na categoria ILCA 6, depois de ter terminado os Mundiais de Haia na oitava posição, mas tem a sua participação nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 com as cores portuguesas em risco.

«Não é portuguesa e já compete por Portugal. Podia concorrer como individual, mas não o faz. Esta senhora é grega e assim continua. Pediu para ser portuguesa e se vier a ser, a partir dessa data, será portuguesa. Até lá é grega», destacou o presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP) em entrevista à Lusa.

As declarações do dirigente luso devem-se ao facto de a desportista ter visto a sua participação nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 ter sido vetada pelo Comité Europeu, cujo presidente é o mesmo da organização homóloga do país helénico, Spyros Capralos.

Após esta proibição, decidida e anunciada a 16 de novembro, Constantino revelou que o problema é da «Federação [Portuguesa de Vela], que o terá de resolver, de acordo com os critérios que entender mais adequados», referindo-se ao aceleramento da atribuição da nacionalidade portuguesa a Karachaliou. 

A atleta, que já representou Portugal devido a uma licença especial atribuída pelo organismo internacional que regula a modalidade – a World Sailing -, espera agora que o Governo de Portugal aceite o pedido de naturalização até março de 2024, para manter esperanças de competir na capital francesa ao serviço da bandeira lusa.

Refira-se que esse processo, normalmente, implica que os atletas vivam no país onde estão há mais de cinco anos e que não tenham representado outra nação no espaço de três anos, no entanto, há exceções que permitem ‘fintar’ estas restrições.

Sobre a resolução do problema, José Manuel Constantino não adotou nenhuma posição, nem deu a sua opinião, considerando que «a federação deve estar livre de quaisquer pressões do presidente do COP e deve decidir de acordo com a sua própria consciência», atentou.