Polémica na AF Viseu: árbitro esqueceu-se do prolongamento em jogo da Taça
Equipa do Vila de Chã de Sá venceu Besteiros por falta de comparência (Foto: vcsdesporto)

Polémica na AF Viseu: árbitro esqueceu-se do prolongamento em jogo da Taça

NACIONAL02.05.202417:27

Eliminatória da Taça da 1.ª divisão distrital entre Besteiros e Vila Chã de Sá foi decidida nos penáltis, mas o organismo decidiu que se devia jogar o prolongamento, ao qual a equipa vencedora nas grandes penalidades não compareceu. Presidente do Besteiros revela « indignação» com a decisão, que o do Vila Chã diz ser correta

O jogo dos quartos de final da Taça da 1.ª Divisão distrital da Associação de Futebol (AF) de Viseu, entre o Besteiros e o Vila Chã de Sá ficou marcado por uma situação polémica. Após o empate nos 90 minutos, o vencedor foi determinado nas grandes penalidades, onde o Besteiros triunfou.

No entanto, a equipa de arbitragem cometeu o erro de não se jogar o prolongamento. Como tal, a AF de Viseu decidiu, na última segunda-feira, anular a vitória do Besteiros e de se jogar o prolongamento esta quarta-feira, dia 1 de maio. Apesar de jogar em casa, o Besteiros não compareceu ao encontro e o Vila Chã de Sá foi considerado o vencedor.

«A nossa reação foi de indignação», diz o presidente do Besteiros Alfredo Leitão a A BOLA: «Foi uma imposição do árbitro que questionámos várias vezes, até porque esta época já fôramos a prolongamento e não percebíamos a mudança das regras. As duas equipas estavam convencidas que as regras eram aquelas, o árbitro sempre o disse. Quando se apurou o vencedor desta maneira, não se pode dizer que estava tudo mal.»

Quando questionado sobre o porquê de a equipa não ter comparecido ao prolongamento, o dirigente foi claro: «Era-nos totalmente impossível comparecer. Não haveria equidade, havia uma equipa com vontade e outra destroçada e revoltada com esta situação. Para além disso, ficámos com dois jogadores lesionados nesse jogo, outro fez uma cirurgia na segunda-feira e outro, muito influente, por questões particulares não estaria disponível.»

O clube já comunicara, através do Instagram, que irá «até às últimas consequências» para que «este inaceitável erro não passe em claro». Questionado por A BOLA se considera levar o caso a tribunal, Alfredo Leitão afirmou que todas as hipóteses ainda estão em aberto.

O capitão do Besteiros, Rui Romão, até afirmara ao Jornal do Centro que a confirmação da nova data do prolongamento só chegou terça-feira às 19.15 horas, «menos de 24 horas» antes do início do jogo. Leitão confirmou a informação a A BOLA, mas que a mesma já fora comunicada no dia anterior.

«Tivemos uma reunião na segunda-feira às 19.00 horas. Pensámos que seria para discutir a situação e ficámos admirados quando nos foi dito que era para comunicar que se ia realizar o prolongamento. A notificação por email chegou sim só na terça-feira.»

O Besteiros já vencera a Taça da 1.ª divisão da AF Viseu, em 2022 (Foto: Associação de Futebol de Viseu)

A BOLA também falou com o presidente do Vila Chã de Sá, José Manuel Santos, que afirmou que a decisão da AF Viseu foi a correta: «Os penáltis não deviam ter acontecido. Está-se sempre a tempo de se criar um procedimento justo e se assim entenderam, para se cumprir a regra, melhor.»

Este dirigente explicou ainda que o Vila Chã de Sá fez questão de comparecer ao prolongamento, mesmo jogando fora de casa: «Nós é que nos tivemos de deslocar. Houve atletas nossos que vieram de Lisboa cá acima e que chegaram cá a tempo.»

«Claro que a deliberação foi a nosso favor, mas queremos é ter bom relacionamento entre clubes. Claro que somos beneficiados, mas não fomos maus companheiros nem quisemos ganhar na secretaria. Não fizemos pressão para se tomar esta decisão. Eles [a AF Viseu] só cumpriram o regulamento, nós fizemos o mesmo», acrescentou.

Por fim, José Manuel Santos não conseguiu responder se tomaria a mesma ação que o Besteiros, se estivesse no lugar destes: «Não faço ideia… por norma, mesmo quando não concordamos, cumprimos. Mas tínhamos de nos reunir e depois tomaríamos uma decisão.»

A BOLA também contactou o presidente da AF Viseu José Carlos Lopes, que defendeu a decisão de anular os penáltis e de se realizar o prolongamento: «No regulamento da Taça, está escrito que todos os jogos devem ter prolongamento, como há um erro do arbitro, tínhamos de cumprir o tempo que faltava. Tentei fazer ver, junto dos dois clubes, que era necessário fazer cumprir o regulamento.»

Por fim, o dirigente defendeu também a marcação do prolongamento para a última quarta-feira: «Queríamos jogar o mais rapidamente possível porque no domingo são já as meias-finais da Taça.»