O MISTER DE A BOLA: O orgulho portista
Duelo intenso entre FC Porto e V. Guimarães (foto: GRAFISLAB)

O MISTER DE A BOLA: O orgulho portista

NACIONAL18.04.202414:01

Hugo Falcão analisa vitória (3-1) do FC Porto sobre o V. Guimarães

EXPECTATIVA

1 O Vitória entrou no jogo a vencer através de um lançamento de linha lateral longo, com movimentação estratégica planeada. As expectativas para este recomeço de segunda mão ficaram elevadas, face ao empate momentâneo na eliminatória. O Vitória expressou o seu 3-5-2 com dinâmicas evidentes, uma delas durante a construção com Tiago Silva e Tomás Handel assimétricos, e Jota a procurar o espaço entre linhas do bloco portista. O FCPorto, apesar dos resultados dos últimos jogos, enquadrava-se no início da partida como o favorito a estar presente na final da taça de Portugal. Inicialmente, os principais focos de instabilidade a nível ofensivo, foram Galeno e Francisco Conceição. O jogo ofensivo portista, nos primeiros quinze minutos, não foi fluído, no entanto, e face à qualidade individual de jogadores como Taremi e Pepê, era expectante surgir um golo. O penálti de Taremi veio colocar justiça no resultado a meio da primeira parte.

VANTAGEM AO INTERVALO

2 A vantagem ao intervalo do Porto foi justa. Charles, guarda-redes do Vitória, impediu por diversas vezes o segundo golo portista, mostrando qualidade para fazer concorrência a Bruno Varela. O Vitória, apesar do empate portista, não deixou de criar perigo, e expressou combinações interessantes através de movimentações em largura e profundidade, com Nuno Santos e Nélson Oliveira, a conseguirem criar e libertar espaços em zonas próximas da baliza do adversário. Francisco Conceição, um dos melhores em campo, um talento puro na relação 1x1, conseguiu dar a volta ao resultado na primeira parte, sempre muito rotativo e a explorar desequilíbrios constantes, de fora para dentro. Um dos pressupostos importantes a considerar, por parte de Álvaro Pacheco, durante o intervalo, foi a quantidade de amarelos que a sua equipa já possuía.

SUBSTITUIÇÕES

3 As substituições ao intervalo, por parte do Vitória, indicaram intencionalidade ofensiva, com Kaio Cesár a ser a principal referência de desequilíbrios, um jogador muito vertical, mas também individualista (nem sempre com a melhor tomada de decisão). A mística do Vitória e o apoio dos seus adeptos que estiveram nas bancadas do Dragão possibilitaram um envolvimento extremamente positivo, com a equipa a acreditar que podia voltar à eliminatória a qualquer momento. As alterações do Porto surgiram mais tarde, e foi evidenciada por Baró, equilibrando o setor médio, e libertando Pepê para o corredor lateral como extremo.

CONCLUSÕES

4 O principal destaque do Porto foi o capitão Pepe, demonstrou um exemplar posicionamento em todos os momentos e situações de jogo, anulando a maior parte das iniciativas vitorianas. Se durante a primeira parte, observámos um jogo mais organizado, durante a segunda parte vimos um jogo mais fracionado de transições constantes, nas quais o Porto obteve maior percentagem de oportunidades de golo criadas. Parabéns às duas equipas, foi uma eliminatória equilibrada e com positividade no que toca à espetacularidade do fenómeno desportivo que é o futebol.