Luís Freire enigmático sobre o seu futuro
Luís Freire, treinador do Rio Ave (foto: RIO AVE)

Luís Freire enigmático sobre o seu futuro

NACIONAL10.05.202411:59

Treinador do Rio Ave fez a antevisão ao jogo com o Portimonense, amanhã, às 15.30 horas

O Rio Ave defronta amanhã, pelas 15.30 horas, o Portimonense, na 32.ª e penúltima jornada da Liga. Luís Freire anteviu a partida na sala de imprensa do Estádio do Rio Ave e abordou o seu futuro em Vila do Conde, mas sem levantar a ponta do véu. «Não faço muitas previsões e não sou homem de prazos. Consigo viver o dia a dia do clube: o treino de hoje, o jogo de amanhã e até ao final da época. O Rio Ave é um clube que já não foge da minha história. Estou há muitos anos no clube e a viver em Vila do Conde, conheço muita gente cá e com quem tenho uma relação muito boa. Tanto com a equipa, como com o staff e a Direção. Essa vertente emocional ajuda-me a estar bem cá. É sempre um prazer estar no Rio Ave mas, no final da época, falaremos e veremos o que será. Nesta altura não interessa se é mais um ano, mais dez ou mais duas semanas, o que interessa é o foco para amanhã. O que importa é, até ao fim da época, provar o valor que temos», disse, enigmático.

No que concerne aos objetivos para a reta final da temporada, o treinador é taxativo: «Os nossos objetivos são claros: queremos acima de tudo jogar bem, ter um processo consistente em campo, ser uma equipa extremamente competitiva e focada, que leva um plano de jogo e o executa, dando o máximo. E depois sim, vêm os objetivos de dar o máximo, fazer melhor do que no ano passado, numa época ainda mais difícil. Queremos também a vitória fora de casa porque existe essa oportunidade. Somar duas vitórias seguidas e conseguir esse feito era importante, aumentando a invencibilidade, que também é um recorde. Em 23 jogos só perdemos três, não se consegue isto sem competência e compromisso e queremos aumentar o registo. Queremos ter também a melhor defesa da segunda volta, é muito difícil, mas queremos igualar o Sporting. Sabemos que é um jogo importante. Temos estes registos todos. Temos de dar o nosso melhor porque ainda há muita gente na corrida, tal como tivemos há uns tempos e sabemos que a motivação existe», disse o técnico, de 38 anos.

O treinador dos vilacondenses falou também do estado anímico da equipa após a vitória sobre o V. Guimarães, que ajudou a alcançar a almejada permanência. «O estado tem de continuar a ser de alerta. Atingimos o primeiro objetivo, que era não descer diretamente. Atingimos também o segundo, que era não ir à fase de play-off, e agora temos o terceiro, que é fazer melhor do que o ano passado. Não é uma obrigação, mas sim uma ambição. Existe uma pressão positiva, que passa por atingir novas metas. O estado anímico é de felicidade pelo objetivo atingido. Mas vejo uma equipa focada e comprometida, que quer continuar a dar o máximo. Não pode acontecer termos dez jogadores concentrados, a correr, e outro parado e desconcentrado. Têm de entrar todos na mesma página e, quem entrar a seguir, ser igualmente concentrado e entrar com vontade de ajudar. Temos uma imagem que construímos e queremos continuar a demonstrar qualidade. Há muita gente que precisa de jogar e trabalhar bem até ao fim. Queremos claramente aproveitar todas as oportunidades para somar pontos e rentabilizar uma época difícil numa temporada muito boa», salientou.

«UKRA É ALGUÉM QUE FICARÁ MARCADO PARA MIM»

Ukra anunciou durante a gala de aniversário do Rio Ave que irá terminar a carreira no final desta temporada. O treinador dos vila-condenses, Luís Freire, abordou o assunto, afirmando que o avançado, de 36 anos, é uma «personalidade insubstituível» e que trabalhou «muitas vezes, com dor e sacrifício», ressalvando a sua atitude positiva e exigência competitiva. «Acho que todos sabem o que o Ukra é. Se calhar, nem sabem tanto como nós, que estamos com ele todos os dias. Além de um profissional de excelência é um jogador que treina no limite, com dores, em sacrifício mas, sobretudo, que dá um exemplo para os jovens e puxa pelos colegas na perspetiva da exigência. É alguém que dá o exemplo a nível profissional e não admite grandes falhas. Por isso é que tem espaço para ter humor e provou ser uma mais-valia para nós. Se o Rio Ave acabou, nestes três anos, por ultrapassar este caminho difícil na transição e até na descida à 2ª Liga, é muito devido a jogadores como o Ukra», disse, acrescentando:

«Terá a oportunidade de voltar a jogar pelo Rio Ave» e terminar a época «com uma recordação bonita»: «Tem um patamar alto na história do Rio Ave. Tanto quando jogava e marcava muito, o que o levou a clubes como o FC Porto e o SC Braga e a disputar a Liga Europa, como agora, que joga menos e continua com um patamar altíssimo, tanto para a equipa como para os treinadores. Penso que o Ukra não deixará de estar no futebol português e de ser uma presença marcante no Rio Ave. Vejo o exemplo que está a deixar, o legado, e acredito que continuará a ser um exemplo para os outros. Portanto, deixo esses momentos para ele, mas, da nossa parte e até da minha história, é alguém que ficará marcado em mim.»

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