Liga Europa, Di María, Mourinho: tudo o que disse Roger Schmidt
Roger Schmidt, treinador do Benfica. Foto: IMAGO/TheNews2

Liga Europa, Di María, Mourinho: tudo o que disse Roger Schmidt

NACIONAL10.04.202414:36

Treinador abordou vários temas na antevisão dos quartos de final da Liga Europa

Roger Schmidt abordou vários temas na conferência de imprensa antes da primeira mão dos quartos de final da Liga Europa, frente ao Marselha, a realizar-se esta quinta-feira no Estádio da Luz. O treinador alemão frisou que quer chegar às meias-finais da competição, reconheceu que a conquista do campeonato é difícil mas recusa desistir da luta, elogiou Di María, recusou comentar as notícias que dão Mourinho como seu substituto e falou da grandeza do clube encarnado.

Leia, abaixo, tudo o que disse Roger Schmidt.

Marselha é muito forte em casa e o Benfica nunca perdeu um jogo no Estádio da Luz a contar para a Liga Europa na luz. O fator casa vai ser decisivo nos dois jogos?

 — Veremos, estatísticas do passado não são muito importantes para mim, porque cada jogo é diferente. Nesta fase da Liga Europa, estamos nos quartos de final, todas as equipas jogam a um grande nível. Serão dois grandes jogos, todas as equipas estão a um grande nível e é o que esperamos do Marselha. Jogámos muito bem nas últimas semanas e nos últimos jogos, não obtivemos bons resultados contra o Sporting, mas estamos em boa forma, física e mentalmente, e a bom nível futebolístico, e também a qualidade individual dos jogadores. Precisamos de um bom resultado, não é a primeira vez que estamos nesta situação, nas últimas rondas também jogámos a primeira partida em casa e conseguimos fazer bons jogos na segunda mão, fora. O foco amanhã é jogar bem, ter o melhor resultado possível e depois focar-nos-emos na 2.ª mão.

— Ganhar a Liga Europa é agora o principal objetivo da época, uma vez que o título no campeonato está praticamente inalcançável? Quem vai ser o 9 frente ao Marselha?

 — Diz como se fosse um facto, mas não é. Não vamos desistir do campeonato, isso é certo. Faltam poucos jogos para o campeonato acabar, é difícil, mas é possível. Não parámos de jogar no campeonato e passámos a jogar só Liga Europa. Não conseguimos ganhar todos os troféus que queríamos, saímos da Taça da Liga e da Taça de Portugal, mas fizemos bons jogos, fomos ineficazes, mas mostra que tentamos o nosso melhor em cada competição. O próximo jogo é quartos de final da Liga Europa, contra uma equipa difícil, e o nosso foco agora é tentar chegar à meia-final. Já foi há algum tempo que o Benfica jogou a última meia-final europeia, vamos tentar mudar isso. Quem vai ser o número 9? Veremos (risos).

— Sente-se incomodado ou até prejudicado por, nesta fase da época, se falar tanto do seu substituto? Concretamente, José Mourinho?

 — As vossas histórias não são um problema meu, não vou comentar isso.

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— A Liga Europa, estando o campeonato mais difícil, serve como tábua de salvação? E em relação à homenagem a Eriksson, o que lhe apraz dizer?

— A Liga Europa é uma grande competição, adoramos jogar a Liga dos Campeões, mas saímos. A Liga Europa também é uma competição de topo, se olharem para as equipas que estão nos quartos de final veem o valor da prova. Para o Benfica, estar nesta fase é muito bom. Sabemos que se tivermos no nosso melhor nível, os quartos não serão a nossa última etapa. Cabe-nos fazer um bom jogo, usar a experiência internacional do ano passado, estamos em boa forma neste momento e pode ser muito positivo para o resto da época continuarmos nesta competição. Gosto do facto de irmos jogar amanhã, pois as duas últimas derrotas foram pesadas para nós. Estamos desapontados, demos tudo para ganhar os jogos, tivemos azar, mas as exibições foram boas. Temos de ter isto em conta ao nos prepararmos para o resto da época e da Liga Europa. É o meu foco e a equipa tem a mesma mentalidade. Estamos motivados.

Quanto a Eriksson, nunca o conheci pessoalmente, mas tudo o que ouvi dele foram coisas positivas. É um treinador de topo, uma grande personalidade do futebol, numa situação muito complicada da sua vida, e verá as memórias das épocas dele no clube amanhã. Espero que possa desfrutar.

— Têm surgido críticas em torno do comportamento de Di María, que aumentaram de tom depois do incidente com Pedro Gonçalves. Como analisa o comportamento de Di María? De alguma foram esta a exceder-se ou é normal?

— Foi um toque na cara de Pedro Gonçalves, não acho que tenha sido um golpe violento. Não foi correto, mas olho para o plano geral. O Di María é um jogador de topo em grande forma, jogou grandes partidas na última e é um jogador muito justo. Já disse que, a meu ver, os árbitros usam-no um pouco para mostrar autoridade, porque não marcam faltas sobre ele. Ele pode fazer algumas coisas melhor, tem de controlar as emoções dele, mas temos de respeitar a sua carreira e o jogador. Precisamos de justiça no relvado. Não tenho dúvidas da personalidade, do respeito e da justiça dele. Joga com muita emoção e motivação para ganhar, especialmente jogos como os da última semana. É um jogador de topo a todos os níveis.

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— Com a conquista da Liga mais complicada, planeia dar mais minutos a jogadores que jogaram menos, já a pensar na próxima época?

 — Não gasto um único pensamento sobre a próxima época. Estou completamente focado em cada jogo, que tentamos sempre ganhar, pensamos na melhor formação e onze para cada jogo. Os jogos são sempre diferentes, veremos como cada jogador recupera do cansaço, alguns estão suspensos… precisamos de todos os jogadores, também dos que estão no banco, para chegar bem ao fim da época. Ajustes são sempre possíveis, mas preparar a próxima época ainda não está na minha cabeça.

— Marselha tem muitos jogadores lesionados, o que acha da situação? Haverá dois a três mil adeptos franceses em Lisboa, mas o Benfica cancelou os bilhetes, qual a sua consideração sobre o assunto?

— Nesta fase esperamos sempre que todos os jogadores estejam disponíveis. O Marselha tem alguns jogadores ausentes, mas não podemos mudar isso. Sobre os adeptos, ouvi falar da situação, falei com o presidente, também não há autorização para os nossos adeptos irem a Marselha, e é justo que, sendo assim, os adeptos do Marselha não possam vir ao nosso estádio. Espero que encontrem uma solução para o problema.

— Qual é a sua opinião sobre o Marselha?

 — Penso que o Marselha esteja em sétimo na Ligue 1, ainda é possível chegarem às competições internacionais, podem salvar a época desta forma e claro, ainda estão nos quartos da Liga Europa. Estiveram bem na fase de grupos e nas últimas duas rondas, é uma equipa que joga um futebol muito físico e ativo, e com qualidade individual, grandes jogadores como Aubameyang, que conheço bem da Bundesliga. Têm uma equipa que dificulta o trabalho às equipas adversárias.

— Como alemão, o que sente que o Benfica representa, quão forte é este clube?

— Explicar o Benfica em um minuto é difícil. Antes de chegar ao clube ouvi alguém dizer que se queres conhecer o Benfica, tens de fazer parte do Benfica. É verdade, quando estás de fora percebes que é um clube grande, mas por dentro apercebes-te que ainda é maior. Há muita paixão neste clube, não é só em Lisboa, mas em todo o país, é muito importante para a sociedade portuguesa e esperemos que amanhã possamos fazer um grande jogo para alegrar as pessoas.