«Há um mês diziam-me que eu ia ser o Ferguson do Barça, agora vou para a rua. Vou ficar maluco»
Xavi Hernández no banco do Barcelona. Foto: IMAGO/Pressinphoto

«Há um mês diziam-me que eu ia ser o Ferguson do Barça, agora vou para a rua. Vou ficar maluco»

INTERNACIONAL15.12.202313:16

Xavi Hernández, treinador do Barcelona, dispara contra a instabilidade

Xavi Hernández deu a cara pelas recentes polémicas que têm rodeado o Barcelona na última semana, desde a derrota com o Girona (antes Real Madrid e agora Antuérpia), ao «excesso de folgas», até à rábula em relação aos convocados para a Bélgica, com pesos-pesados, que tinham sido poupados, a serem incluídos à última hora. 

«Penso que se está a contar uma irrealidade. Já disse na Bélgica que se estava a criar uma tensão desnecessária. Estamos na corrida por quatro títulos, essa é a realidade», sublinhou o treinador. 

Há três jogos fizemos um excelente jogo contra o Atlético, o melhor da minha época como treinador. E contra o FC Porto fomos notáveis. Precisamos de consistência

«Há um mês diziam-me que eu ia ser o Ferguson do Barça. Tu dizias-me [aponta para jornalista]. Agora vou para a rua. Vou ficar maluco, não sei em que pé estamos. O clube precisa de estabilidade. Somos um projeto vencedor, está demonstrado, somos os atuais campeões da Liga e da Supertaça. Mas sabemos que o futebol não tem memória. Quando eu digo que o projeto está em construção é isso, que vai haver percalços para voltar a contornar. Mas se ao primeiro solavanco entrarmos numa depressão profunda, isto não vai arrancar. Precisamos de estabilidade numa era pós-Messi, o que é muito complicado», disse ainda.

O treinador admitiu mau momento, depois de derrotas com Real Madrid (em outubro), Girona e agora Antuérpia, mas apontou também bons resultados e exibições: «Temos de exigir mais de nós mesmos, primeiro de mim como treinador e depois dos jogadores. Temos feito coisas boas. Há três jogos fizemos um excelente jogo contra o Atlético, o melhor da minha época como treinador. E contra o FC Porto fomos notáveis. Precisamos de consistência. Tenho uma grande relação com o presidente, com Deco [diretor desportivo], acredito mais do que nunca no projeto.»