Galtier recorda acusações de racismo que o levaram a tribunal: «Foi vingança»
Galtier (IMAGO/Power Sport Images)

Galtier recorda acusações de racismo que o levaram a tribunal: «Foi vingança»

INTERNACIONAL04.05.202412:39

Treinador foi citado como tendo dito no Nice que equipa tinha «demasiados negros e muçulmanos»

Acusado de «assédio moral e discriminação com base na etnia, nacionalidade, suposta raça ou religião» conta jogadores muçulmanos no Nice, o treinador Christophe Galtier foi absolvido em dezembro passado.

Agora no Catar a treinar o Al-Duhail, o francês diz que foi vítima de uma vingança. «O racismo, a discriminação, não fazem parte do meu código moral. Foi um verdadeiro choque», refere em entrevista ao L ´Equipe este sábado.

«Quando leio os factos que me são imputados, não entendo. Cresci num ambiente multicultural e sempre evoluí, ao longo da minha carreira, num ambiente assim. Tudo isso não faz parte de quem sou. Foi, portanto, um verdadeiro choque ser denunciado e ter estado em tribunal por tais motivos. Faz parte das provações da minha vida", conta Christophe Galtier

O caso começou com a revelação, em abril de 2023, de um e-mail de maio de 2022 e enviado por Julien Fournier, diretor-geral do Nice. Christophe Galtier estava então ao comando do PSG. Nesse e-mail dirigido ao acionista Ineos, Fournier relatava uma conversa de agosto de 2021, onde Galtier lhe teria dito que a equipa tinha ‘demasiados negros e muçulmanos’. Vários jogadores mencionaram um clima discriminatório, mas afirmaram nunca terem sido testemunhas ou vítimas disso. A investigaço resultante revelou relações conflituosas entre Fournier e Galtier.

«As acusações de que fui alvo não tinham qualquer fundamento. Aproveito para agradecer especialmente a Sua Alteza, o Emir Tamim ben-Hamad al-Thani, o presidente Nasser al-Khelaifi e Luis Campos. Foram um grande apoio para a minha família e o seu apoio constante reforçou a minha convicção de que fui vítima de uma vingança. Esta tese da vingança não é minha, está na sentença. Foi uma infâmia. No final, fui totalmente e definitivamente absolvido. A justiça estabeleceu a minha inocência. O meu percurso de vida, como jogador e treinador, testemunha-o.»