«Futebol tem de estar presente na discussão do Orçamento do Estado»

«Futebol tem de estar presente na discussão do Orçamento do Estado»

NACIONAL18.10.202313:37

Lamento do presidente da Confederação empresarial de Portugal (CIP), que participou na Cimeira dos Presidentes da Liga

A indústria do futebol sente-se prejudicada.

Essa foi a ideia transmitida por Armindo Monteiro, presidente da Confederação empresarial de Portugal (CIP), que nesta quarta-feira participou na primeira parte da Cimeira dos Presidentes da Liga, que decorre em Coimbra.

O dirigente falou no evento promovido pela Liga, mas também escutou os lamentos dos responsáveis pelos clubes profissionais, e apontou a discriminação de que é alvo esse setor económico.

«A presença da CIP aqui pretende mostrar que a indústria do futebol é mais do que mero entretenimento, é mais do que cultura e é mais do que desporto. O futebol cumpre obrigações sociais, é um facto, mas é também um importante desígnio para a economia nacional», começou por dizer aos jornalistas, apontando que este é o momento indicado para fazer as necessárias reivindicações. 

«Quando se está a discutir o Orçamento do Estado (OE), é importante que a indústria do futebol também esteja presente. É lamentável que o futebol seja a única indústria penalizada por uma tributação de IVA de 23 por cento na bilhética. Isto é discriminatório para a indústria do futebol. Não podemos tributar como se tivéssemos uma indústria rica», defende.

Armindo Monteiro abordou ainda as mudanças propostas no OE para o «Programa regressar», que passam pela imposição de um tecto máximo de 250 mil euros anuais para os trabalhadores favorecidos por esse benefício fiscal.

«Quando um jogador pretende regressar faz as contas ao que vai ganhar, mas, sobretudo, ao que vai receber. Porque as duas coisas são diferentes. Se houver um quadro competitivo que minimize os impostos, há uma motivação extra para que os jogadores possam regressar. Todos os clubes ganhariam e os adeptos que gostam de futebol também ganhariam com isso», entende.

«Se não houver essa consideração – e neste OE ela foi retirada – significa que não há competitividade fiscal e deixa de se poder atrair o talento, dando esse benefício aos talentos do futebol, que até agora existia», acrescentou ainda.

Nesse sentido, e depois de ouvir os clubes profissionais, Armindo Monteiro apontou à necessidade de, pelo menos, rever o máximo definido na proposta do Governo.

«É importante que o teto estabelecido no OE seja aumentado. Porque caso contrário nem estamos a ter em conta o aumento da inflação. O aumento pelo valor da inflação seria o limiar mínimo para a atualização, na perspetiva da CIP», finalizou.