Formação, arbitragem, Martim e a goleada que fugiu: tudo o que disse Sérgio Conceição
Conceição disse estar disponível para falar com Villas-Boas. Foto: Manuel Fernando Araújo/LUSA

Formação, arbitragem, Martim e a goleada que fugiu: tudo o que disse Sérgio Conceição

NACIONAL28.04.202423:57

Treinador do FC Porto falou em conferência após o clássico com o Sporting

-- Por que razão não apostou na formação mais cedo?

-- Não teriam o nível que tiveram hoje. Há uma evolução normal e natural. Têm o seu tempo de trabalho, viram hoje que acabámos por empatar por causa de dois erros, há um que é visível, outro nem tanto, fizeram um jogo acima da média, de grande nível. Interpretaram bem o que lhes foi pedido. De uma situação em que podíamos ter goleado o Sporting, acabámos por empatar. É a imagem da época, criámos algumas situações, não fomos tao eficazes no último terço. É dos anos em que mais criámos, mas depois com um ou outro erro, a equipa é castigada. Depois há a terceira equipa, com erros graves, que claramente prejudicam o resultado. São erros que toda a gente vê, simples de analisar e não sei o porquê de não serem analisados. Dito isto, os jogadores fizeram um jogo muitíssimo bom. Um ou outro erro, faz parte da equipa, juventude, é com estas injustiças.

-- A que erros de arbitragem se está a referir?

-- São erros da equipa. Já falei o que tinha para falar, os programas pós-jogo vão ter muita gente a falar dessas situações.

-- Este jogo deixou-lhe indicadores de que pode ganhar a Taça de Portugal?

-- Não é este jogo que me dá esses sinais. É o trabalho diário. Temos um título para conquistar. Hoje em dia há muita gente espantada por diversas situações. O Rúben disse na flash que não tirou o recorde ao FC Porto, os 91 pontos, sob fair-play financeiro, boas fases de grupos da Champions. Temos invencibilidade no campeonato de 54 jogos. Jogando Ligas dos Campeões, a meu ver, a um nível altíssimo. Há o espanto... termos tantos títulos como os dois rivais juntos. Renovação? Vou dizer a quem de direito. Há situações que a mim me ultrapassam, mas isso agora não é para aqui importante...

-- Não sente que a equipa esteve demasiado confortável após o 2-0?

-- Estávamos confortáveis no jogo, estivemos durante muito tempo superiores ao Sporting, 88 minutos, mesmo dando iniciativa, tudo dentro do planeado. A maturidade do Martim é de realçar, não aparece um jovem assim do nada. Estamos atentos e trabalho muitas vezes, não é relaxar. Custa porque os jogadores sentem que podíamos ganhar e fizeram tudo para ter um resultado diferente do que foi este desfecho. O futebol é isso, por vezes não é justo.

-- Com o resultado as eleições, muda alguma coisa a sua vontade de cumprir os 4 anos de contrato?

-- Tenho que dar uma palavra ao nosso presidente por tudo aquilo que ele fez nos 42 anos, passámos de um clube de uma região com gente nobre e catapultou o FC Porto para outros patamares, com provas europeias ganhas. Os sócios são soberanos, temos de respeitar e sentarmo-nos como o novo presidente, o André. Sentar-me-ei com ele, sou funcionário do clube, para o bem comum que é o FC Porto.

-- Sentiu o consenso da Lista de Pinto da Costa e André Villas-Boas?

-- O Nuno Lobo também... já me gabei aqui um bocadinho... Não vou referir outra vez. Depois é esta ligação, entre sócios e adeptos, que vêm de trabalho feito, títulos conquistados, Não fiz tudo bem, também errei. Faz parte da vida dos treinadores e dirigentes. Evoluímos com esses erros. O meu amor ao clube está acima de tudo. Novo presidente vai ter tempos difíceis, mas com esta união vamos conseguir elevar o nome do clube. O futebol português não é fácil.