Estádio do Bolhão: Abril, votos mil
Um cravo azul no Porto, a propósito das eleições no FC Porto

OPINIÃO Estádio do Bolhão: Abril, votos mil

NACIONAL28.04.202411:30

Em 2024 ninguém deve ter medo de se fazer ouvir, seja qual for a grandeza do clube

Prevaleceu o quadro de urbanidade e respeito pela democracia nas eleições do FC Porto. Foi uma estrondosa vitória dos sócios. e também da organização interna dos azuis e brancos, na medida em que a fasquia estava muito alta depois dos lamentáveis acontecimentos verificados na AG Extraordinária, de 15 de novembro. Acabou como se sabe, com sócios contra sócios e energúmenos a bater em tudo o que cheirava a oposição, como se fossem donos do clube. E sentiam-se de facto donos do clube até o Ministério Público agir e desencadear a Operação Pretoriano. A agitação que se viveu nos dias seguintes por causa desta investigação foi compensada com um fenómeno raramente visto no FC Porto: os sócios perderam o medo de fazer ouvir sua voz.

A campanha eleitoral não foi perfeita, mas teve o mérito de colocar os candidatos a debater a vida do clube como nunca aconteceu no passado. Foi possível aos sócios fazer uma triagem válida das propostas e perceber, nalguns casos, que a mentira tinha perna curta. Sem ruído vindo dos chamados grupos organizados de adeptos, viveu-se Abril no Dragão, dois dias depois da celebração dos 50 anos do golpe militar que derrubou a ditadura e nos devolveu, a todos, a liberdade.

Se somos livres, não devemos, em 2024, ter medo de nos fazermos ouvir. Muito menos num clube, seja qual for a sua grandeza. Sejamos francos: o futebol não é política. As modalidades não são política. O desporto é e sempre será diversão, entretenimento, paixão, rivalidade. É tudo isto e não é nada quando comparado com o direito à habitação e emprego dignos e ao respeito pelos mais elementares direitos humanos. O desporto é um escape para sorrirmos, nunca para soltarmos as frustrações e dinamitá-lo com discursos inflamados ou bolorentos.

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