Eliminatória podia ter ficado resolvida em Lisboa
Di María frente ao Marselha. Foto: IMAGO/PanoramiC

O MISTER DE A BOLA Eliminatória podia ter ficado resolvida em Lisboa

NACIONAL19.04.202418:35

Álvaro Magalhães analisa a derrota do Benfica frente ao Marselha

Álvaro Magalhães, figura incontornável na lateral esquerda do Benfica. Foto: ANTONIO PEDRO SANTOS/ASF

1. Deslize na Luz

Com o Marselha a jogar em 3x1x4x2 e o Benfica no seu habitual 4x2x3x1, a sensação que fica da eliminatória é que o Benfica tinha condições de se apurar, sobretudo pela superioridade que demonstrou na Luz. Teve um deslize, em que o Marselha fez o golo, o que permitiu à equipa francesa ter esperança de passar para as meias-finais.

O Marselha foi superior nesta segunda mão, contra um Benfica que procurou defender e surpreender o Marselha no contra-ataque, que foi o que fez e podia ter acontecido: sem muitas oportunidades, mas por duas vezes quase marcou.

2. Defender não chega

Foi uma primeira parte em que o Marselha dominou o jogo e o Benfica controlou defensivamente, não permitindo qualquer golo. Só que defender não chega, é preciso ter bola e criar oportunidades, e na primeira parte foi coisa que o Benfica pouco teve, com 60% para o Marselha e 40% para o Benfica. Muita incapacidade de saber o que fazer quando tinha a bola. Isto nos primeiros 45 minutos.

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19 abril 2024, 01:00

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A sensação que ficou na segunda parte é que o golo do Marselha podia surgir a qualquer momento, não por criar mais oportunidades, não porque a equipa francesa tinha mais oportunidades flagrantes, mas essencialmente porque teve mais bola e, fruto dessa vantagem, partia sempre para cima do adversário.

3. Quem não marca, sofre

Destaque para Trubin, para dois lances em que resolveu a situação, um deles provocado pelo próprio, quando largou a bola num choque com António Silva. A segunda intervenção, aos 69’, foi fantástica. Nesse período, justiça seja feita, já tinha havido o remate de Aursnes à malha lateral, e pouco depois houve a dupla oportunidade de Rafa e Di María, que remataram muito bem, mas Pau López, na baliza, foi gigante. Quem sabe como teria ficado a eliminatória se tivesse resultado um golo dessa jogada.

Não marcaram e, pouco depois, surge o golo do Marselha. Exploração pelo lado esquerdo, Aubameyang atacou o espaço entre António Silva e Bah. Houve pouco apoio defensivo de Di María ao longo do jogo que, como se sabe, ataca melhor do que defende.

4. Jogadores abaixo das suas capacidades

Até ao final, as melhores oportunidades foram de Di María e Arthur Cabral, mas o guarda-redes do Marselha voltou a ser melhor. No prolongamento e nos penáltis, o cansaço permitiu que o Marselha fosse melhor. É uma lotaria.

Houve vontade da equipa lutar pelo melhor resultado, mas podemos dizer que o Benfica não realizou uma grande exibição, com alguns elementos muito abaixo das suas capacidades. Destaco, mesmo assim, dois jogadores: David Neres, pela sua velocidade, procurou ao máximo chegar à baliza do Marselha; e Di María, no bom e no mau, foi um perigo para o Marselha e com espaço é um jogador que faz a diferença, mesmo cometendo erros defensivos.