Cláudio Botelho (Estoril): «A final é um justo prémio pelo nosso trabalho»
O treinador Cláudio Botelho incentiva os jogadores do Estoril em jogo pela Liga de futebol. Foto: Estoril Praia SAD.

Cláudio Botelho (Estoril): «A final é um justo prémio pelo nosso trabalho»

NACIONAL26.01.202410:00

Adjunto de Vasco Seabra considera que a qualificação dos canarinhos para a decisão da Taça da Liga assenta bem ao esforço da equipa ao longo da competição

Menos conhecido no plano mediático mas altamente respeitado na estrutura técnica do Estoril, Cláudio Botelho integra, com orgulho e satisfação, a equipa técnica do emblema da Linha de Cascais como um dos adjuntos de Vasco Seabra e sabe qual é o seu papel. «Aqui na primeira o objetivo é de rendimento, de tentar potenciar estes jogadores ao máximo e continuar a formação deles», assinalou o treinador, que viveu as emoções do histórico apuramento dos canarinhos e confessa ter vibrado com o triunfo desta quarta-feira frente ao Benfica, após desempate por grandes penalidades.

«Foi sem dúvida um justo prémio para o trabalho que nós realizámos. Somos uma equipa técnica que está junta há muito tempo e que trabalha desta forma, que acho que valoriza a ideia de jogo que apresentamos, positiva e ofensiva, e beneficia as capacidades e o desenvolvimento dos nossos jogadores acima de tudo», argumentou Cláudio Botelho, para quem a presença na final valoriza o esforço do Estoril, que para chegar à partida decisiva necessitou de afastar o FC Porto, ainda na fase de grupos, e depois o Benfica, numa emotiva meia final de final four. 

«Foi um percurso muito dificultado e meritório, primeiro na fase de grupos, onde defrontámos e vencemos uma equipa com a valia que todos conhecemos como é a do FC Porto, o que nos permitiu defrontar uma equipa também de grande valia, como o é o Benfica. Também tivemos a nossa sorte, não o escondo e também faz parte, mas merecemos a nossa presença nesta final e lutámos muito por isso», destacou.

O apuramento para a final da Taça da Liga, salienta Cláudio Botelho, premeia o coletivismo do plantel, que foi sujeito a uma rotatividade planeada que envolveu jogos de elevado grau de dificuldade como perante dragões e águias.

«As pessoas acham que a nossa opção tem apenas que ver com a condição física, mas no nosso caso não foi só. Achámos que era importante valorizar o trabalho de todos os jogadores, que foi extraordinário», elogiou o treinador, que ainda enalteceu o trabalho de cada elemento, que conduziu a equipa a uma histórica final.

«Desde aqueles que tiverem mais minutos até aqueles que não tiveram menos minutos, todos sabiam da importância do seu papel e desempenharam-no. Todos mereceram competir e contribuíram para o sucesso da equipa», destacou o adjunto de Vasco Seabra, que reconhece que uma eventual conquista do troféu poderia representar um incentivo para a restante temporada na Liga. 

No entanto, recusa resignar-se à luta pela manutenção. «Quando falamos com os jogadores, não olhamos para classificações nem objetivos concretos. Focamo-nos no nosso trabalho e em ganhar todos os jogos, apresentando a máxima qualidade. Se o fizermos muitas vezes, como pretendemos, iremos conquistar muitos pontos, e no final faremos as contas», concluiu, ambicioso.

Ajudou a lançar Toti, Chiquinho e Vital…e regressou com Vasco Seabra

Cláudio Botelho tem uma curiosa história para contar, pois já conhecia os cantos à casa...por via de ter trabalhado no clube da Amoreira, nas equipas técnicas das equipas sub-19 e sub-23 até 2019. «Um dos objetivos era nomeadamente o de colocar jogadores aqui na primeira equipa e lembro-me perfeitamente que na altura foi conseguido», recordou, satisfeito.

O treinador, que atualmente é um dos adjuntos de Vasco Seabra, lembrou ter projetado para a equipa principal nomes como Toti Gomes, hoje internacional A por Portugal, Chiquinho, atualmente ao serviço do Famalicão, e Bernardo Vital, com quem se reencontrou na sua chegada à equipa principal. Sobre o camisola 3 do Estoril, com quem já havia trabalhado em 17/18, o técnico revê potencialidades que já lhe havia encontrado há seis anos, quando o conheceu. 

«É engraçado porque olho para trás, para há seis anos, e encontro muitas das capacidades que ele hoje tem, que já tinha há seis anos. Em 2018, ele já era capitão de equipa, apesar de ser também júnior de primeiro ano, e já revelava muita capacidade de aprender e qualidade, acima de tudo», relatou Cláudio Botelho que, meia dúzia de anos mais tarde, viu o mesmo Vital apontar o penálti decisivo contra o Benfica, que considera assentar-lhe na perfeição.

«Acho que reflete na perfeição o seu perfil como jogador, de atitude e muita inteligência no jogo, que lhe permitiu ter a maturidade necessária para um momento desses. É uma das suas principais características, é um jogador de caráter e personalidade forte», avaliou.