A diferença entre ser eficaz e não ser apenas eficiente
Festa dos jogadores do Moreirense/IMAGO

A diferença entre ser eficaz e não ser apenas eficiente

NACIONAL01.10.202323:29

Moreirense vence (e convence) com alguma simplicidade e naturalidade. Rio Ave, equipa com boas ideias, mas sem confiança, intranquila e a cometer vários erros. Resultado atípico e... justo

Olhando para o jogo de desta noite em Vila do Conde rapidamente nos lembramos de uma reflexão dada em algumas aulas de filosofia: eficiência é fazer coisas certas, eficácia é fazer as coisas certas. Rapidamente podemos passar este pensamento para este jogo. De um lado o Rio Ave, uma equipa que tudo fez para ser eficiente, a tentar explorar as (poucas) fragilidades do adversário, mas sempre a sobre brasas e, pior, a cometer erros fatais. Do outro, o Moreirense que, mesmo tendo em conta as semelhanças na qualidade individual dos jogadores adversários, conseguiu sempre ser mais competente e, mais importante, simples e eficaz. 

A história de um jogo que começou a ser desenhada muito cedo. Com as ameaças vila-condenses de Leonardo Ruiz (2’), Ventura (16’) e Zé Manuel (26’) e os… golos de Fabiano e Camacho. O primeiro com assistência perfeita de Ofori (a colocar a bola nas costas da defesa do Rio Ave), o segundo em sucessivos erros e uma oferta de Magrão bem aproveitada por Camacho. Moreirense letal. Simples e eficaz. 

A contrariar o jogo de maior posse do Rio Ave, com boas ideias, mas sem eficácia. Não só no golo, mas no último passe, no controlo das emoções, onde se decidem jogos. E se o 0-2 ao intervalo revelava essa (enorme) diferença, a etapa final mostrou uma outra faceta.

A de um Rio Ave de cabeça mais perdida, que nunca se encontrou, e não conseguiu anular os processos simples do Moreirense que chegou ao 3-0 com alguma naturalidade. Num lance que começou numa recuperação de Marcelo na zona recuada, três toques, bola em Camacho que rematou, ainda fora da área, num lance de bela execução técnica. E a partir daqui o Moreirense deixou de querer ser tão eficaz. Mas do banco saiu a magia de Madson que, num lance individual (e a beneficiar de mais um erro de Sávio…), quis colocar ainda mais evidente a noite de pesadelo para o Rio Ave com mais um golo a revelar ousadia. E muita classe…