Visto de longe
Estou a escrever este texto a uns milhares de quilómetros de Portugal. Acompanhei a jornada dos campeonatos nacionais e agora, longe, vou lendo o rescaldo no digital. Não é a televisão, nem os seus programas, que me mantêm informado. Basta-me um tablet ou telefone para estar a par do que se passa.
Se a maioria de nós já recebe primeiro a informação por esta via no país de origem, ainda mais a utiliza quando se encontra fora. Este é um passo sem retorno. A nova ordem mundial da informação e comunicação, como todas as mudanças estruturais, tem resistências. Umas com mais sentido do que outras, mas as alterações profundas não têm retorno. Vejo os jogos, num canal que subscrevo, no meu iPad. Há uns anos atrás procurava um estabelecimento comercial que passasse o jogo em direto. Agora nem me preocupo em saber onde passa o jogo.
Claro que a tendência para atitudes mais individualistas está a ser potenciada, perde-se o ambiente com os amigos para ver o futebol. Um jogo tem que ser uma festa, e esta só se faz com pessoas. Podemos ter os melhores recursos tecnológicos, contudo, são as pessoas o mais importante. Dentro da estrutura e no estádio. O futebol de competição joga-se para os adeptos, sem eles passa a recreação. As decisões são muitas nesta matéria, e como em tudo, as oportunidades surgem a uma velocidade vertiginosa. A História ensina-nos que quem não entende as alterações é ultrapassado de forma definitiva.
E isso nós não queremos para os nossos clubes e profissionais. Entre as alterações significativas nesta matéria estão claramente o reforço das estruturas de comunicação e a forte presença nas redes sociais. Com tudo o que é de bom e mau. Pensar na vitória imediata, pondo em risco o futuro, é uma vitória de Pirro, com tudo o que isso significa. Temos que ter capacidade de ultrapassar as nossas diferenças, e divergências, para atingirmos um patamar superior como grande equipa global. A equipa de Portugal.