Vieira e os efeitos especiais!
Há muito que John Textor estava na SAD e no clube, construindo a sua obra prima: Luís Filipe Vieira; os outros foram apenas efeitos especiais
E M Abril de 2018, escrevi um artigo sobre a célebre oitava reunião de quadros do Sport Lisboa e Benfica e da Benfica SAD, realizada em 18 de Junho de 2012, isto é, final da época de 2011/2012 e pré-época de 2012/2013.
Escrevi então: em resumo, e poucas palavras, o Benfica, depois da vitória em 2010, não tinha razões para estar satisfeito, mas, em todo o caso, sentia que os três segundos lugares em 2011, 2012 e 2013, com Jorge Jesus, o tinham colocado a caminho da hegemonia do futebol português. Faltava o quê? «Conquistar a capacidade de influência» com vista ao «controlo sobre o poder» - da Federação e respectivos conselhos de arbitragem, poder político e judicial e meios de comunicação/media. Ou seja, o Benfica não se contentava com a influência no tradicional sistema, procurando alargá-la ao sistema político e judicial e à comunicação social, sendo que esta há muitos anos a influenciava, embora sem grandes resultados desportivos. Não assistimos a essa reunião de quadros, nem tínhamos lá qualquer toupeira, com e ou sem e, para saber a estratégia definida e a implementar, apenas resultando daquele powerpoint que iria ser definida e implementada uma estratégia para vencer o desafio de «dominar a envolvente externa».
Mais vale tarde do que nunca e, por isso, é tempo de pedir desculpa aos meus leitores, por ter sido veículo involuntário, como aliás muitos outros, de uma falsidade. Na verdade, falei em reunião de quadros a que não tinha assistido e que, na realidade, não existiu.
Com efeito, sabe-se agora, em face dos acontecimentos recentes, que o que se passou foi apenas um discurso de Luís Filipe Vieira para o presidente do Benfica e o da SAD, isto é, embora sendo um discurso de uma pessoa para outras duas, não posso deixar de reconhecer que foi forçado da minha parte qualificar tal encontro de reunião.
Não foi aliás caso único, porque quando da questão dos vouchers, de que aliás todo o país falou, sem dúvida nenhuma que tudo se passou entre Luís Filipe Vieira e o presidente do Benfica e o da SAD! E alguém pode apontar algum e-mail que tenha vindo a público que não tenha passado apenas do correio electrónico de Luís Filipe Vieira para os e-mails do presidente do Benfica e do presidente da SAD e vice-versa? De resto, que importa agora falar disso, quando tudo se resolve à volta do leitão!
Paulo Gonçalves, apenas com intenção de se divertir - e deve-se ter divertido bastante - acedia ao Citius como podia aceder às revistas Hola ou Nova Gente, para ter acesso às fofocas mundanas. Como podiam os restantes corpos sociais saber de alguma coisa, se Luís Filipe Vieira também nada sabia e, pelos vistos agora, não passa, como na história do Raul Solnado, daquele senhor de fato castanho que passeia no corredor lá de casa e ninguém sabe quem é!
Afinal, a solidão de Luís Filipe Vieira já vem de longe! Luís Filipe Vieira sempre esteve só, dentro daquele princípio que mais vale só do que mal acompanhado! Fez bem Luís Filipe Vieira ter tratado tudo só, incluindo os seus discursos junto das Casas do Benfica, para não falar da cartilha que tantas horas de trabalho lhe consumiu, enquanto os seus vice-presidentes se sentavam apenas nas cadeiras do poder sem ter nada a ver com ele.
Dizia Vítor Correia que já tinha visto tudo menos um porco a andar de bicicleta! Por este andar, ainda vai haver quem diga que foi Luís Filipe Vieira que colocou Ricardo Salgado como presidente do Conselho de Administração do BES!!!
O empresário norte-americano John Textor, que dizem ter chegado a acordo com José António dos Santos para comprar 25% do capital social da Benfica SAD, é um pioneiro de tecnologias holográficas e efeitos especiais.
Há muito tempo, afinal, que ele estava não só na SAD como no clube, construindo a sua obra prima: Luís Filipe Vieira, presidente; os restantes membros da Direcção e da Administração foram apenas efeitos especiais!
NOTAS: JOÃO MÁRIO
A SSINOU pelo Benfica depois de rescindir com o Inter, numa manobra que não vou qualificar, porque se poderia entender como um acto de despeito. As acções ficam para quem as pratica.
Do ponto de vista jurídico também me não vou pronunciar, porque não conheço os contornos dos contratos assinados pelas partes em causa. A administração da SAD, que julgo estar bem assessorada desse ponto de vista, saberá defender os legítimos interesses da sociedade.
Do ponto de vista desportivo, porém, deixo aqui a minha opinião, sem qualquer subterfúgio: não se justificaria o esforço financeiro necessário para um tal vencimento durante cinco anos; seria uma destabilização salarial no balneário face a diversos jogadores como Palhinha, Nuno Mendes ou Pedro Gonçalves, para só falar nos internacionais, que, ganhando muito menos, merecem muito mais que ele; retiraria, eventualmente, espaço para outros jogadores com enorme potencial e margem de progressão, isto é, não me parece ajustar-se ao projecto de Ruben Amorim.
Para concluir, resta comentar que terá sido decisivo na escolha de João Mário o interesse de Jorge Jesus: ainda bem. Assim, estarão bem um para o outro, o que é sempre de louvar!
CALÓ
L EMBRAM-SE dele? Eu acho que todos os sportinguistas se recordam dele, como se recordam do Vítor Damas, do João Barnabé, todos da mesma idade que eu - 74 anos.
Esse sim, partiu e não pode voltar, juntando-se ao Vítor Damas de quem foi grande amigo, enquanto vivos, e de que todos temos saudades. Estes sim deixam saudades, porque nada podemos fazer para os ter ainda junto de nós.
Formado no Sporting, Francisco Caló subiu à equipa principal em 1965/1966. No total, jogou sete temporadas ao serviço da principal formação leonina, tendo vencido dois Campeonatos Nacionais e uma Taça de Portugal de leão ao peito. Era defesa-central e foi internacional pela Seleção Nacional.
Deixo aqui os meus sentidos pêsames à família, com a certeza de que o voltarei a encontrar para o cumprimento que sempre tivemos: um abraço de respeito e amizade.
GALA DA GINÁSTICA DO SCP
E STA é uma nota muito pessoal, mas não queria deixar de a partilhar com os meus estimados leitores, em particular os sportinguistas, que melhor compreenderão a minha emoção e o meu orgulho.
O meu filho Igor e a Sónia, sua mulher, fazem ginástica no Sporting desde tenra idade. Foi lá que se conheceram, fizeram par na sua classe e ligaram-se também na vida pelo casamento. Sempre dedicados a uma ginástica que orgulha o clube e que se desenvolveu graças a João Rocha, Matos de Oliveira e Reis Pinto e muitos outros, responsáveis por adesão de milhares de jovens à ginástica, e à ginastica do Sporting, e, consequentemente, ao Sporting Clube de Portugal, quando muitas vezes a família mais próxima era do rival!
Os meus netos gémeos, Francisco e Maria, têm agora cerca de dois anos e meio e tornaram-se sócios do clube pouco depois de terem nascido graças à acção rápida do tio, o meu filho André. Apareceram agora na Gala actuando ao lado de outros ginastas e com os seus pais. Percebem bem a minha emoção de avô e sportinguista babado? Pois é: o meu tempo acabou, mas tenho a felicidade de ter quem o possa continuar!