Vícios, os ‘Best’, JJ e as duas vozes

OPINIÃO14.12.202002:00

De Manchester a Tondela, passando pelo Porto, os axiomas voltam sempre para perseguir o autor, mais milhão menos milhão oferecido como recompensa em presença de prova em contrário. Tal como na velha questão da arbitragem, só nos chateia quando é contra nós, a favor nunca é pouco. Se antijogo ou autocarro estacionado, se árbitro ou VAR, condicionados ou não, se com orçamentos milionários sem fair play ou orçamentos de tostões contadinhos com fair play, o discurso é tão vicioso que se inverte com os papéis. E piora quando porta-vozes tentam entrar pelo jogo dentro, como se o quintal que guardam fique sempre ameaçado por quem passe perto. É válido de norte a sul, em todos os continentes.


A semana fica marcada pelos Best e por um Benfica que continua a sofrer e a duas vozes. Lewandowski, Flick e Neuer são mais do que favoritos - por tudo o que ganharam coletivamente e pela influência individual no sucesso coletivo, com Ronaldo e Klopp, em teoria, a apontar ao segundo lugar. Curiosamente, o planeta futebol estava à espera do sucesso de Bielsa - um dos maiores influenciadores do jogo - num Championship que muitos consideram a sexta melhor liga da Europa para lhe entregar uma espécie de prémio carreira. Jesus, vencedor da Libertadores, do Brasileirão e de vários outros troféus, fica de fora, provando-se que há muito que a prata das taças conquistadas na América do Sul não vale o mesmo que a das europeias. E também que o próprio JJ ainda não é nome consensual fora de Portugal e Brasil. Consensualíssimo continua Messi.


Jesus quer reforços, o CEO diz que o Benfica (que ainda não é o BENFICA) tem é de vender e o técnico volta atrás. Duas vozes, dois... projetos, tal como na questão da formação - já se pode dizer que emprestar Florentino foi um erro? Entretanto, a equipa joga muito pouco.