VAR é solução e não devia ser problema

OPINIÃO17.01.202206:00

O problema do VAR não está na tecnologia, mas nas insuficiências de quem o usa. A especialização é a via, e a depuração o meio...

OVAR é uma ferramenta fantástica, que já contribuiu significativamente para a diminuição dos erros de arbitragem no futebol. Trata-se, porém, de um auxiliar recente, que ainda está muito longe do potencial que nele reside, não só porque todos os dias há tecnologia nova, que pode acrescentar-lhe argumentos, como, principalmente, continua a verificar-se um défice de qualidade na vertente humana que o maneja. Estão em curso, entre nós, tentativas sérias de criar uma especialização para esta função, mas enquanto tal não sucede o sistema continua a ter as fragilidades de quem está na cadeira do VAR.
É bom que se diga, desde já, que por mais que a tecnologia evolua e sejam criados automatismos para a deteção de todas as infrações mecânicas - está ou não fora de jogo, a falta foi fora ou dentro da grande área, a bola entrou, ou não na baliza - outras situações estarão sempre subordinadas à subjetividade do critério, por mais que sejam feitas tentativas de padronização. A intensidade da carga, a forma como a bola foi dividida e a volumetria do corpo irão continuar a manter a porta aberta à polémica e à discussão, e o futebol deve estar preparado para conviver com isso. Outro caso é a deficiente aplicação da lei, e nessas circunstâncias não há tecnologia que valha, a única forma de sanar a falha passa pela depuração sistemática da incompetência.
Na última jornada, dois casos ficaram sem explicação - um golo invalidado ao Boavista e outro validado ao Moreirense - tão flagrante foi a legalidade do primeiro e a ilegalidade do segundo. Num e noutro caso, a decisão foi do VAR, sem que o árbitro principal fosse chamado à apreciação do lance, o que seria justificado (especialmente no caso da Luz) pela subjetividade inerente à decisão do VAR.
Creio que, para bem de um setor que de há umas jornadas para cá tem andado debaixo de fogo cruzado, tantos foram os lances semelhantes decididos de forma diferente, este seria um momento apropriado para o presidente do Conselho de Arbitragem quebrar o silêncio, não só para fazer pedagogia, como também para tornar claro à opinião pública que os árbitros que erram de forma grosseira são sujeitos a penalização.
Se não o fizer, estará a dar argumentos a quem, erradamente, olha para as insuficiências da arbitragem com lentes clubistas…
 

RICARDO SÁ PINTO

Dois jogos fora - Vizela e Benfica - renderam aos cónegos quatro preciosos pontos na luta pela permanência, e traduziram o efeito da chicotada psicológica protagonizada por Sá Pinto. Até ao fim da Liga, o Moreirense terá ainda muito que penar, mas os primeiros sinais da nova gerência são auspiciosos.
 

NÉLSON VERÍSSIMO

Resultado negativo, exibição insuficiente e dois pontos perdidos em contexto de tolerância zero. A noite penosa do Benfica frente ao Moreirense só é atenuada, no que respeita ao treinador (daí o Rei), pelo escasso tempo de trabalho de Veríssimo à frente das águias. Mas até esta margem está já a esgotar-se...


NUNO SANTOS

Houve mosquitos por cordas fora das quatro linhas no Vizela-Sporting e a chuva de cartões que contemplou alguns protagonistas exteriores é prova disso mesmo. Mas há uma coisa que deve ser evitada: quem está a jogar não pode interagir negativamente com os adeptos e o leão Nuno Santos pecou nesse particular...