Uma transição de veludo em A BOLA

OPINIÃO03.10.202206:30

Vítor Serpa, um dos escritores da imprensa portuguesa, continuará a dar-nos o privilégio de o lermos nos Editoriais, na Opinião e na Crónica

DEPOIS de trinta anos na liderança deste jornal, onde entrou como redator ainda antes do 25 de abril de 1974, Vítor Serpa fez o que sempre fez na vida: foi corajoso, vertical, lúcido e coerente, e entendeu que era chegado tempo de dizer que o seu tempo de diretor tinha acabado. Confesso que me é impossível falar de Vítor Serpa de forma objetiva e distanciada, pela amizade inquebrantável que nos une, construída na solidariedade com que ultrapassámos bons e maus momentos. De uma coisa tenho a certeza, estamos perante um dos maiores vultos do jornalismo português, cujo legado perdurará, mesmo na constância dos tempos de incerteza por que passa toda a comunicação social.
Em Vítor Serpa, autor com vasta obra publicada, viveu sempre um escritor da imprensa desportiva, na senda de nomes como os de Homero Serpa, Carlos Pinhão, Alfredo Farinha, Carlos Miranda, Silva Resende e Vítor Santos, que ganharam para A BOLA a fama e o proveito de ser o mais bem escrito de todos os jornais. É um privilégio podermos continuar a contar com a pena e o saber do Vítor Serpa, nos Editoriais, na Opinião e nas Crónicas (e na Quinta da Bola), numa transição de veludo que levou à direção de A BOLA João Bonzinho, a quem agradeço o convite, que aceitei, para continuar como diretor-adjunto do jornal.
Com experiência acumulada, quer na chefia da redação de A BOLA, quer no semanário Sexta, editado em parceria com o Público, que dirigiu, quer ainda em dez anos de diretor de informação de A BOLA TV, João Bonzinho tem todas as condições para ultrapassar com sucesso a fasquia altíssima colocada por Vítor Serpa. E irá fazê-lo, tenho a certeza, dentro do seu estilo e personalidade, com a garantia da salvaguarda plena da cultura única de A BOLA.
Tempos de mudança, tempos de esperança num futuro que irá escrever-se com a mesma confiança que embalou, em 1945, Cândido de Oliveira, Ribeiro dos Reis e Vicente de Melo, fundadores de A BOLA.
 

ÁS – MIGUEL OLIVEIRA

Não sei se Miguel Oliveira foi buscar inspiração ao filme ‘O Passageiro da Chuva’, 1969, Charles Bronson como protagonista, mas o que é certo é que cada vez que chove a sério numa corrida de MotoGP o ‘Falcão’ sente-se como peixe na água e mostra que é o melhor de todos. Ouviu-se A Portuguesa na Tailândia. 


ÁS – PIMENTA/RAMALHO

Perante uma moldura humana impressionante, as águas do rio Lima foram ontem palco para ouro português no Mundial de Maratonas, em canoagem, graças a Fernando Pimenta e José Ramalho. Pimenta já tinha vencido em K1 Short Race, na última quinta-feira, confirmando assim a excelência lusitana nesta modalidade.


ÁS – ERLING BRAUT HAALAND

O fenómeno norueguês estilhaçou o Manchester United e acrescentou mais um ‘hat trick’ a números estratosféricos, que o projetam para uma luta pela supremacia na década com Kylian Mbappé. Guardiola tinha razão, o casamento entre a fome de Haaland e a vontade de comer do City tinha tudo para dar certo.