Um título e três parágrafos
Com a saída de Luis Díaz, Darwin talvez mereça ser considerado o melhor jogador
TODOS os campeões são justos, porém nem com a subjetividade habitual das opiniões se pode objetar à naturalidade com que o FC Porto conquistou o 30.º título. Conseguiu-o com o melhor ataque e, para já, a defesa menos batida, e ainda com os mais fortes argumentos táticos, que o deixaram sempre confortável estrategicamente, com e sem bola, em ataque posicional ou em transição. E ainda depois de ter perdido o melhor jogador da Liga a meio-caminho. É um título mais do que justo, justíssimo!
Darwin agarrou bem a saída de Luis Díaz e, por ser o maior fator de desequilíbrio individual, talvez mereça ser considerado o melhor jogador. Há arestas a lapidar, mas igualmente muitos golos e jogadas a preencher a candidatura a figura de um grande campeonato a curto prazo. Sarabia e Otávio andaram lá perto e a eleição é aqui tão subjetiva que encontraremos sempre argumentos a favor de um e em detrimento dos outros, e vice-versa. É discussão para cafés e amigos, e sobretudo sinal de qualidade de um campeonato que está longe de se tratar bem a si próprio.
Quem me conhece sabe que as polémicas das arbitragens não me interessam e que remato as discussões com um joguem à bola! nada entusiasta. O frame e as contabilidades motivam-me zero e não mudará no futuro. No entanto, se nunca achei que o VAR fosse fundamental para a evolução do futebol também nunca acreditei que o mesmo VAR fosse, em si mesmo, incapaz de evoluir. Se, para mim, o erro foi sempre um problema menor quando comparado com a sua aceitação, o videoárbitro pouco fez nesse sentido, naquele que nos coloca no caminho de uma melhor cultura desportiva. Tal como os ridículos fora de jogo com menos de dez centímetros, com todas as falhas conhecidas do sistema, e que só convencem quem dos mesmos beneficia.