Um dia, o futuro há de passar por aqui
O Liverpool vai ser vendido e o FSG prepara-se para um lucro de 900% em doze anos. A indústria do desporto rende!!!
EM 2007, os norte-americanos George Gillet e Tom Hicks compraram o Liverpool por 218,9 milhões de libras. As coisas não correram bem, os novos donos encontraram forte resistência dos adeptos, e três anos mais tarde, após várias disputas judiciais, acabaram por vender o clube, por 300 milhões de libras, ao Fenway Sports Group (FSG), de Boston, propriedade de John W. Henry e Tom Werner (LeBron James é acionista do grupo), que já tinha tentado uma colaboração com o Fulham de Mohamed Al-Fayed - dono dos Harrods e pai de Dodi, namorado da princesa Diana à altura do acidente fatal na ponte de Alma, em Paris - e que era detentor dos míticos Boston Red Sox, da MLB, e dos Pittsburgh Penguins, da NHL.
O conhecimento específico do FSG da indústria do desporto foi fundamental para alavancar os reds, que sob a sua batuta voltaram a vencer a Premier League (que lhes fugia desde 1990) e a Liga dos Campeões, aumentando exponencialmente o valor do clube.
Ao dia de hoje, o FSG, assessorado por Goldman-Sachs e Morgan Stanley, está a ultimar a venda do Liverpool - fala-se em empresários norte americanos ligados aos Boston Celtics e aos LA Clippers, e ainda num fundo financeiro do Dubai - por uma verba de 2700 milhões de libras, ou seja, um lucre de 900 por cento em doze anos.
Quer isto dizer que a indústria do desporto, desde que bem gerida nas suas múltiplas vertentes, é altamente rentável. E neste particular, parecem-me óbvias as vantagens de uma gestão privada, que aposte no lucro, não a qualquer preço, delapidando os ativos do clube, mas de forma sustentada, sem deixar que os intermediários internos e externos fiquem cada vez mais ricos, à medida que o clube vai definhando, na certeza de que a fórmula financeira só funcionará se estiver associada a sucessos desportivos.
Os clubes portugueses, mais especificamente Benfica, Sporting e FC Porto, estão na antecâmara de decisões importantes para a sua sobrevivência no pelotão da frente do futebol europeu, que irão passar, inevitavelmente, pela entrada de dinheiro privado a troco de uma participação no capital societário. Vendo difícil, no contexto cultural em que vivemos, uma privatização acima dos 50 por cento, parece inevitável a alienação de parcelas até aos 49 por cento.
É o futuro a passar por aqui...
ÁS – ROGER SCHMIDT
O treinador alemão foi o grande destaque da primeira fase da época. Doze vitórias e um empate na Liga, vitória num grupo Champions onde estavam PSG e Juventus e o Benfica a jogar um futebol sedutor, que lhe valeu uma liderança interna de oito pontos sobre o segundo, o FC Porto. A isto, aliou sobriedade e educação. Bravo!
ÁS – ANTÓNIO OLIVEIRA
Quando o jovem treinador português chegou ao Cuiabá, a missão de manter o clube no Brasileirão parecia impossível. Porém, entre sucessos e revezes, a equipa de Mato Grosso foi fazendo caminho e ontem, vencendo o Coritiba, carimbou a permanência. Toni deve estar orgulhoso. O (seu) filho de peixe sabe nadar...
DUQUE – PAULO MENESES
O Paços de Ferreira, dois pontos em treze jogos, chega ao fim do primeiro troço da Liga em situação altamente desconfortável. Paulo Meneses, que tem sabido conduzir os castores de forma competente ao longo de quatro mandatos, está perante uma prova de fogo, de prognóstico muito reservado. O futuro o dirá...