Tyson e o gorila
Aceito que haja conteúdos mais significantes a tratar, em todo o caso custa-me desatender um outro que me pareceu ter limitado destaque noticioso: o retirado pugilista americano Mike Tyson contou em entrevista que tentou corromper com 10 mil dólares um segurança do jardim zoológico de Nova Iorque, nos anos 80, para que este o deixasse entrar na jaula de um gorila e lutar com o animal, acreditando que poderia nocautear o bicho.
A questão despertou-me curiosidade - claro - e fui ler artigos da especialidade a fim de concluir que um gorila adulto pesa 50 por cento mais que Tyson (mesmo Tyson no pico de juventude e força), mede 1,90 m em pé e tem oito vezes a força de um humano, podendo derrubar bananeiras só com a força dos braços; note-se que não escrevi descascar bananas, escrevi derrubar bananeiras, árvores inteiras, portanto. Ah! Além de ter estrutura óssea 5 vezes mais densa e uma agressividade selvagem que nenhum humano, mesmo em modo de sobrevivência, poderia igualar. Já para não falar da dentada, bem mais forte que a do humano Tyson. Humano, aqui, parece-me palavra que não deve ser desconsiderada… Ou seja: o gorila arrancaria os braços a Tyson antes que este lhe pudesse tocar no nariz. E, miúdos, se pensarem que com um chimpanzé o assunto seria outro, não se iludam: seriam necessários 10 ou mais homens fortes e coordenados em combate para tentar imobilizar um chimpanzé e mesmo assim poderiam acabar severamente feridos ou mortos. São animais selvagens, por mais ADN (na verdade quase todo o ADN) que connosco partilhem.
Muhammad Ali, sim, lutou com o Super-Homem uma vez, contudo fê-lo numa revista de banda desenhada em 1978 e, mesmo assim, aceitou que a sua figura fosse usada na história apenas se o argumentista retirasse os poderes alienígenas ao Super-Homem. Ganhou Ali porque foi, como se percebe, esperto.