Tudo ou nada

Benfica tem hoje na Grécia um dos jogos mais importantes da sua história recente. Mais pelo que tem a perder do que tem a ganhar

C HEGA assim o Benfica ao ciclo grego: tem hoje em Atenas um dos jogos mais importantes da sua história recente. Em circunstâncias normais, uma eliminação aos pés do Arsenal, clube com mais dinheiro e melhores jogadores, não seria visto como um fracasso, mas sê-lo-á à luz das expectativas criadas e à necessidade de controlo de danos. Porque tudo o que não for uma longa caminhada na Liga Europa será visto como mais uma contradição com as promessas eleitorais de Luís Filipe Vieira. No mesmo país onde o Benfica se despediu da Champions pode também despedir-se da Liga Europa. Para fugir a este karma, terá Jorge Jesus, juntamente com os seus jogadores, uma oportunidade para dar outro rumo à temporada. Não saberemos que impacto terá nos jogadores as palavras fortes de ontem (pois que também os defendeu) e é perfeitamente viável que as águias eliminem os gunners - têm potencial para isso. Conseguindo-o, seria a primeira grande nota positiva da temporada e o início de qualquer coisa. Não o conseguindo, tudo continuará a ser questionado, ainda com mais ruído. Jorge Jesus, já se percebeu, nunca admitirá as falhas e Luís Filipe Vieira dificilmente admitirá que falhou em fazer regressar o treinador com quem mais ganhou em 17 anos de presidência e que o fez mudar totalmente o paradigma, quer no tipo de jogadores contratados, quer nos montantes envolvidos, em comparação com os tempos de Rui Vitória e Bruno Lage. Estão ambos condenados a irem juntos no elevador. Se para cima ou para baixo, só os resultados o dirão.