Tudo isto seria triste se não fosse ridículo

OPINIÃO13.09.201904:00

Uma boa notícia sem título

Quase não foi notícia: a UEFA atribuiu ao FC Porto o prémio de Melhor Ação Educativa, num projeto desenvolvido com atletas da formação no âmbito da participação na Youth League 2018/2019. Inicialmente, o projeto-piloto da UEFA contou com uma apresentação sobre educação financeira aos jogadores do plantel sub-19. Mais tarde, por iniciativa do clube, a ação foi alargada a todos os escalões de formação até aos sub-16, bem como a outros temas até aos sub-14: apostas desportivas e gestão de redes sociais. A este reconhecimento do clube azul e branco, somam-se o Skills Challenge na época 2017/2018 e, desportivamente, o melhor golo da prova na competição na época passada. São já três, portanto, os prémios com que o FC Porto foi distinguido em atividades paralelas ao torneio promovido pela UEFA.
Parabéns Dragão!

Eskilstuna

Depois de um supremo tribunal sueco ter proibido, em Dezembro, a prática da mendicidade numa cidade do sul do país, várias autarquias suecas decidiram fazer o mesmo.
É neste quadro, por conseguinte, que, uma pequena e desconhecida urbe sueca acaba de convocar a atenção do mundo inteiro por ser a primeira cidade a exigir, desde 1 de Agosto, uma autorização oficial para a prática da mendicidade.
A coisa funciona assim: qualquer pessoa que pretenda pedir dinheiro na rua tem de ter uma licença especial para tal efeito. Esta licença custa €23, é válida por três meses e pode ser obtida através do preenchimento de um formulário on-line, ou numa esquadra da polícia, desde que o pedinte tenha um documento de identificação reconhecido. A falta de tal licença faz incorrer numa multa de até €373.
Segundo as autoridades locais o objetivo é «burocratizar» e «tornar mais difícil» o ato de mendigar. Mas há quem alerte para um efeito contraproducente, nomeadamente resultante do facto de os gangues criminosos poderem pagar tais pedidos de licença e, em consequência, exigir pagamentos indevidos.
A maldade humana não conhece limites. O cinismo também não. Daí a rivalidade.

Os nomes e os homens

Antigamente, em sociedade era de bom tom dizer-se das meninas intelectualmente menos dotadas que «não tinham queda para os estudos».
Uribe é mais um futebolista colombiano contratado pelos Dragões ao América do México e do qual se espera um forte contributo para a reconstrução da equipa - e não tão somente para substituir Herrera. Mas fiquei estupefacto quando li que o clube resolvera mudar o seu nome próprio. O clube, note-se, não o atleta. E assim o rapaz chamado Mateus passou num instante a nomear-se Matheus, isso mesmo, com um h mudo depois do t. Porquê tal mudança de nome? Ao que parece, e por mais incrível que possa parecer, tudo se resume a uma «questão de marketing» absolutamente genial. Como diriam os parolos deslumbrados com as meninas sem queda para os estudos, assim é «mais chique». E ainda bem que o rapaz Mateus não se chama Silva, caso em que poderia assar a Sylva, com Y, ou Sillva, com duplo L, ou até mesmo, Silwa, com W, para não dizer já Çilva, com Ç. Tudo isto seria triste se não fosse ridículo. Se calhar este pessoal do marketing não goza de muita queda para as questões do bom senso e do bom gosto. Acontece. Porque há mais. Ou seja, menos. É o caso de Jesus Corona. A camisola do mexicano ostentou sempre o seu nome e, ou, o respectivo apelido de família.
Mas eis que, de repente, quando o onze dos dragões entra em campo surge o dorsal 17 com um palavrão que em nada coincide com qualquer dos nomes constantes da ficha do jogo - pormenor que, pelos vistos, em nada incomoda a Liga, ou a Federação, ou a UEFA, ou a FIFA, ou quem mais quer que seja. E o que diz então tal jersey? Em vez de Jesus ou Corona, como seria normal, vem inscrita a palavra Tecatito. Tecatito? Mas que raio de nome é esse? Pois é, não é nome nenhum. Trata-se tão somente de um mero trocadilho com marcas de cervejas: Corona e Tecate. Quer dizer, como o rapaz já tinha o apelido de uma destas, adoptou, na forma diminutiva, o nome da concorrente daquela. Concluindo, é o mesmo que alguém ter Sagres como apelido e por tal razão ser chamado Super Bockzito. Faz o maior dos sentidos.
Todo este fabuloso mundo das nomenclaturas faz-me lembrar o sucedido com Pedrito, perdão, Pedro Rodríguez! O internacional espanhol, que pela quinta época consecutiva representa os londrinos do Chelsea, formou-se nas escolas do Barcelona, clube onde chegou em 2004, com idade de juvenil. Na temporada de 2006/2007 chegou a estar quase fora do clube, devido a alguns relatórios desfavoráveis. Mas o destino, ou alguém por ele, fez com que nesse mesmo ano um tal Pep Guardiola tenha assumido as rédeas da equipa B catalã. Foi o início de uma carreira recheada de sucessos, com a chegada à equipa principal do Barcelona, em 2009/2010, também sob o patrocínio de Guardiola. Que o obrigou a renunciar de vez ao diminutivo Pedrito para passar a ser conhecido por Pedro Rodríguez. Até hoje.

Entrevista imaginária

- Diga-me, por favor, afinal quantas bolas há num jogo de futebol?
- Ora essa homem! Brincamos ou quê? Claro que há uma e só uma! Entendeu ou não? Está claro?
- Por acaso não, não está nada claro. Esclareça-me então: se só há uma bola em disputa porque é que se está constantemente a invocar, por exemplo, a recuperação de segundas bolas…
- Bem...
- Não me interrompa o raciocínio! Outra coisa: para haver golo a bola tem, mandatoriamente, de cruzar a linha de baliza. Ora, para isso, tem sempre, por definição, de se mover, certo? Como se pode então aceitar que alguns falem no perigo das bolas paradas?
- Aí acho que…
- Não acha nada. Outra coisa: qual é o primeiro poste e qual o segundo?
- Desculpe mas não há primeiro nem segundo porque ambos estão na mesma linha de fundo, daí que distem exactamente o mesmo das linhas da pequena e da grande área, do meio campo e da linha de fundo oposta a esta.