Triste realidade europeia
A ideia repete-se. Não faltará muito até que Portugal regresse ao 6.º lugar do ranking e recupere, ainda que a prazo, duas entradas na Champions. Tem faltado um Danoninho para ultrapassar uma Rússia que até tem ajudado, com duas equipas já eliminadas, se excluirmos o Zenit.
O mais competente tem sido menos competente. Inesperado o desaire do FC Porto diante de um Feyenoord que voltou a provar enorme irregularidade, ao perder com o penúltimo e a ficar atirado para o 9.º lugar na Holanda. Afastado da Champions pelo Krasnodar e derrotado em Roterdão por adversário histórico, mas em teoria bem mais fraco, até a fiabilidade portista parece em causa.
Já o Benfica mantém a incompetência quase vulgar dos últimos anos, sem conseguir afirmar-se num grupo equilibrado. Os sintomas são péssimos: zero pontos e uma linha exibicional a pique desde o clássico diante do FC Porto.
Se o Sporting salvou a honra nacional, percebe-se que Silas precisa de tempo. O resultado é injusto para o LASK, que jogou muito e falhou ainda mais em Alvalade, com o leão a furar por todos os lados. Já V. Guimarães e SC Braga sofrem as dificuldades habituais da classe média de um país pobre, embora com sinais de crescimento que se aplaudem.
A Liga é pobre. Por diversas razões, os maiores clubes estão também mais pobres. O FC Porto perdeu referências e, apesar do bom esforço no mercado ainda debaixo da atenção da UEFA, há sempre algo que se perde e não se recupera tão cedo. O Benfica não quis reinvestir parte do que recebeu, com a teoria, nunca provada, de que o Seixal resolveria tudo, mesmo após a perda de Félix e Jonas. O Sporting atravessa grave crise financeira e, para não destapar os pés, dorme de peito descoberto, com o capitão a ter de jogar por muitos. É a realidade. Infelizmente.