Treinadores-criadores e… Solskjaer
Solskjaer dificilmente evitará ser olhado como elo mais fraco se tudo continuar igual
OMan. United, que viu na chegada de Ronaldo mais um boost para lutar pelo título, termina a jornada em quinto, a cinco pontos do topo. Não será razão para desespero, mas o desaire diante do Leicester junta-se aos maus sinais na Champions frente ao Young Boys, na eliminação na Taça da Liga perante o West Ham e nos anteriores resultados na Premier: derrota com o Aston Villa e empate com o Everton, ambos em Old Trafford. É quando os red devils, segundos classificados de 2020/2021 e finalistas vencidos na Liga Europa, reforçados com o melhor marcador da história das seleções, Varane e um craque como Sancho, passaram a ter argumentos para voltar a tempos de glória que não conseguem suster aparente implosão.
É de sublinhar ainda que, acima na tabela, Ole-Gunnar Solskjaer tem três equipas de assinatura: o Chelsea de Tuchel, o Liverpool de Klopp e o City de Guardiola, todos com modelos distintos e marcantes. São os tais treinadores-criadores de que falou Jesus. Mas não é só. Há ainda o cada vez menos surpreendente Brighton de Graham Potter, que há uns anos convenceu o plantel do Ostersund a apresentar a sua versão do Lago dos Cisnes perante duas mil pessoas, para fortalecer o espírito de grupo. Agora, nos seagulls, tudo parece fazer sentido, desde a coesão defensiva ao preenchimento das entrelinhas e dos meios-espaços e à construção vertical.
Solskjaer, que se inspirou nas ideias dos rivais, dificilmente evitará ser olhado como elo mais fraco se as coisas continuarem como até aqui, sobretudo agora, devido ao plantel que conseguiu reunir. É que, com os criativos em permanente procura de novas soluções, os outros ficam bem mais dependentes dos jogadores, do que fazem em campo e do quanto ainda acreditam no processo.