Tica... tica... tica... tica... tica...
JOSÉ MOURINHO lá vai: tica-tica-tica. Sossegadinho, sem quase ninguém dar pelos spurs, liderança da Premier League à passagem da jornada 11. E já defrontou quatro dos gigantes ingleses: 6-1 ao Manchester United, 2-0 ao Manchester City, 0-0 com o Chelsea, 2-0 (ontem) ao Arsenal. Not bad para quem quase não precisa de bola para jogar: 10-1 em golos. A 16 de dezembro aparece o sexto monstro no caminho de Mourinho: Liverpool. Há 18 anos que, nesta fase da época, o primeiro lugar não fugia ao controlo do santíssimo quinteto (Chelsea, Manchester United, Manchester City, Arsenal e Liverpool).
JÁ se sabia que Harry Kane e Son eram grandes jogadores. Desconhecíamos era que ainda podiam ser melhores. E José Mourinho está a transformar dois grandes jogadores em dois top mundial. Kane ataca, organiza, defende. Marca golos, oferece golos, evita golos. E sempre com personalidade esfíngica, como se tudo fosse simples e não fosse necessário grandes euforias. Son está um avançado extraordinário. Entra por todos os lados e faz golos de todas as maneiras e feitios: cabeça, tronco e membros (bom, nem todos, claro). Depois, quem ainda tem Lloris, Alderweireld, Reguilón, Dier, Ben Davies, Lucas Moura, Lo Celso, Ndombele, Bergwijn, Alli, Aurier, Sissoko e Gareth Bale tem de ser olhado com respeito. O Tottenham não é campeão desde 1960/1961, não vence a Taça de Inglaterra desde 1990/1991 e não ganha uma prova europeia desde 1983/1984 (Taça UEFA). Ou seja, não é favorito. Mas é candidato. O Chelsea não vencia a liga inglesa há 50 anos quando, em 2004/2005, a ganhou. O treinador dos blues era, então, o atual técnico dos spurs. Esse mesmo: José Mário dos Santos Mourinho Félix. Ninguém sabe o que o futuro reserva a alguém, muito menos a um treinador de futebol. Mas seis anos depois, JM está de regresso à luta por campeonatos.
PEPA continua, devagarinho, a caminhar para ser um grande treinador. Mostrou-o no Tondela e está a mostrá-lo no Paços de Ferreira. Tem andado quase sempre a sofrer até à última jornada. Agora, na segunda temporada nos pacenses, está a provar que é mais do que mero treinador para safar descidas de divisão. Ontem esteve pertinho de roubar pontos ao Benfica, depois de o ter feito em 2017/2018, ganhando no Estádio da Luz. Para quem é acusado de ser benfiquista, nada mau. Lá vai Pepa, tica-tica-tica, sossegado e devagarinho, a subir a escadaria do sucesso. A exemplo de José Mourinho, o treinador do Paços não sabe o que o futuro lhe reserva. Mas sabe que, a continuar assim, terá condições para continuar a ascensão no ranking de treinadores. Na Luz, assustou (e muito) a equipa dos 100 milhões de euros.