Sporting Clube de Portugal - o dia B!
O momento do Sporting não é fácil. Há que encontrar a orientação certa para caminhos certos. O clube vive uma crise financeira grave, fechou, por ato absurdo de gestão do anterior presidente, as portas das minas de oiro de Alcochete e tem nas mãos um assunto essencial para poder definir o futuro próximo da sua equipa de futebol profissional: Bruno Fernandes.
Ora, em vez de discutir Bruno Fernandes, as vantagens e as desvantagens de o manter, os planos que se devem traçar para as duas hipóteses, a elaboração de um plantel que também depende dessas negociações, o Sporting continua com o futuro adiado e a discutir um outro Bruno, Bruno de Carvalho, ex-presidente cujo comportamento e atitude, aliás, já foram julgados pelos sócios do clube em assembleias gerais e que tenta, agora, em desespero, salvar-se da ratificação, em nova assembleia, da pena de expulsão.
A questão pode ter a sedução de um imenso fogo de artifício mediático, mas não é determinante para o essencial da resolução dos problemas prioritários e que muito afetam o futuro a curto e médio prazo do Sporting.
Bom , poder-se-á dizer que o homem não desgruda, enquanto não lhe fecharem a porta na cara, que aparece, sempre, com ou sem milícias de apoio, a ensombrar assembleias, a vergastar decisões públicas da direção, a desfazer qualquer tentativa de unidade num clube que há demasiado tempo vive em conflito interno, numa penosa autoflagelação. Mas isso Bruno de Carvalho continuará a fazer, dentro ou fora do Sporting, sobretudo enquanto encontrar o colo piedoso de alguns jornalistas solícitos e compadecidos com a apregoada tristeza do indivíduo que classificou a invasão de Alcochete e a brutal agressão aos seus jogadores como... «uma chatice».
Dirão, também, alguns sportinguistas que a ratificação, em assembleia geral, da expulsão de Bruno de Carvalho evitará que, mais tarde, e sobretudo se as coisas não correrem desportivamente da melhor maneira, o populismo brunista regresse em força e possa conduzir a uma nova e dolorosa experiência presidencial.
Mas também é verdade que se acontecer um qualquer desastre desportivo, que não se deseja, nem se prevê, mas que entra, mesmo que em percentagem pequena, nos parâmetros das probabilidades, pois o Sporting não estará livre que uma qualquer outra assembleia encontre caminhos estatutários para a revogação das decisões da assembleia anterior.
Ou seja: o Sporting não pode estar sempre a voltar ao problema Bruno de Carvalho, sob risco de perder o foco naquilo que é essencial: o futuro do clube.
E se hoje podemos dizer que todos os sportinguistas voltam a ter em exclusivo as suas atenções viradas para a assembleia destitutiva, tornando este dia 6 de julho de 2019, o Dia B (ou BdC) leonino, que, pelo menos, seja qual for o resultado da votação de um grupo que será, sempre, uma reduzida amostra de todo o universo sportinguista, que o Sporting saiba enterrar, de vez, esta loucura obsessiva e afaste, definitivamente, os fantasmas de um passado triste e sombrio da vida do clube.
Bruno de Carvalho alimenta-se de palco, de luzes da ribalta, de interesse coletivo pelo seu ego. Ganhe ou perca a votação na assembleia comportar-se-á, sempre, como um ser imperial, que nem o clube, nem o país merecem em todo o seu esplendor e natureza divina. É por isso que BdC se acha no direito de dizer de uma Procuradora-Geral da República que «ou tem uma agenda própria, ou tem um distúrbio» e se apresenta, como arguido, como se fosse ele o juiz. Não é admissível que alguém, assim, possa ser levado a sério.